quinta-feira, outubro 30, 2003

Back to work II

Não vou comentar mais estas opiniões "denegrantes" sobre a praxe académica, pura e simplesmente porque estou farto, e, ainda por cima, cada vez mais me convenço que o ser humano tende a reagir em relação aos mais diversos assuntos da mesma maneira, maneira essa que pode estar (ou não) disfarçada, seja com nuances muito, muito subtis, ou de maneira brutal que quase não se vislumbra correspondência.

Não quero de maneira nenhuma estar a comparar assuntos como o racismo e a praxe académica, atenção. O que se segue é uma simples analogia... porque me irritam as pessoas que parecem ser apologistas da "sinédoque constante"... não há razão para odiarmos raças diferentes. E não se pode justificar que "todos os pretos são maus" e/ou "todos os ciganos deviam morrer" porque "no outro dia lá no meu bairro vi um preto a ser mal educado com a mãe" ou "ai não vás mais longe, mas lá no meu prédio há um cigano muito mau"... como em tudo na vida, há pessoas boas e pessoas más, sejam brancas, pretas, ciganas, roxas ou às bolinhas amarelas (embora eu ainda aceite um sentimento xenófobo forte contra as Onda Choc - eu sei que as Onda Choc não são/eram estrangeiras, mas todo e qualquer sentimento negativo contra elas é de louvar).

O mesmo se passa com a praxe académica. PORRA! Não digo que tudo corra bem e às mil maravilhas. Mas por amor de Deus. Todos os comentários negligentes que oiço ou leio sobre a praxe, vêm de pessoas que ou eram rebarbadas aquando da sua passagem pela universidade, ou que eram riquinhas e conviver com o povo sempre lhes fez mal, ou já passaram por lá há demasiado tempo e já não se lembram o que aquilo era/é, ou então (e este é o único grupo que merece consideração), de pessoas que infelizmente foram vítimas de meia dúzia de indivíduos não civilizados e bárbaros (como existem em todos os lugares, sociedades e grupos do mundo) que não respeitam o código da praxe e que (o que é o pior) não respeitam o outro como ser humano. Este grupo ínfimo é aquele que é usado por estas pessoas como estandarte e como símbolo e exemplo vivo prático e GENERALIZÁVEL de milhares de estudantes.

(a falta de pontuação nesta última frase é propositada)

Estaria correcto dizer que todos os políticos são corruptos porque alguns o são? Estaria correcto dizer que todos os desportistas são burros porque alguns o são? Está correcto dizer que a praxe é uma humilhação e que os estudantes sao de novo a "geração rasca", porque alguns o praticam e alguns o são?

Por favor, acho que devia haver autocolantes nas testas das pessoas como há nos maços de tabaco, avisos esses que dissessem "O uso abusivo do senso comum é gravemente prejudicial"...

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