domingo, fevereiro 29, 2004

As boas noticias têm sempre o seu lado negativo

Boas noticias: Soube ontem através do jornal, que o riquissimo departamento de psicologia vai passar a ser precisamente em frente ao grandioso departamento de ENG. MECÂNICA. Nunca pensei que aquele pinhal situado escuro e medonho pudesse se transformar num sitio cheio de riqueza humana, cheio de cor, cheio de animação, enfim uma verdadeira fonte humana!

Más noticias: Bem isto como é obvio a sempre um boa noticia e uma má noticia, e neste caso a má é que esta mudança provavelmente já não vai ocorrer enquanto estiver na universidade (atenção só se eu fizer um esforçozinho para la ficar mais uns tempos é que ainda a apanho).

Vamos lá baixar mais um bocadinho o nível!

Epah! Sentei-me aqui em frente ao monitor à espera da segunda parte do jogo do GLORIOSO e vim até aqui à "A Tasca" ver como isto andava... Gostei dos posts dos desaparecidos.. Só não gostei do post desse senhor que pensa talvez ser o Sr. Perfeito! Como qualquer pessoa não gosto de ditaduras sem ser eu o ditador em questão. Mas pronto, foi só um desabafo! Partilho agora com vossas excelências estes pequenos e bonitos poemas:

Orestíade:
La hermana
De mi hermano
Tanto la deseo
Que todo lo que veo
És su concha
En la concha
De mi mano

Fomos enganados
Por toda uma vida
A mulher come
Não é comida.

da Vênus não
quero a camisinha
basta que ela tire
a calcinha

Até à próxima..!

Qéqilo

Estes vírus estão cada vez mais engraçadotes. O mail da "A Tasca" recebeu um mail que pressupostamente viria do A Vaca Louca e o seu Badalo, com o seguinte texto: "Kill the writer of this email!!", e respectivo vírus anexado. Suicídio assistido?

Os filmes desta semana

"Gothika", "Training Day" e "Cidade de Deus".

"Gothika". Não é um grande filme, mas dentro do género em que se insere até que se pode considerar ser um bom filme. O argumento começa por ser banal, mas ganha uns contornos interessantes que só pecam por serem mal conduzidos até ao final, onde fica tudo muito confuso (afinal de contas como é que a Halle Berry se escapa da acusação? E o homem que ela viu na cela da Penélope Cruz, era o Diabo ou algo mais "terreno"?). A interpretação da Penélope Cruz está genial, de facto o que mais me chamou a atenção no filme. A da Halle Berry não está má, enfim, corresponde ao que lhe era pedido, embora fosse óbvio que ela não tinha grande espaço de manobra para moldar aquela personagem. Não desilude a interpretação em si, é mais a personagem que mantém durante todo o filme a mesma linha à qual Halle se teve de cingir. Uma nota: Mathieu Kassovitz, o realizador, insistiu demasiado na perspectiva de câmera por trás da Halle, com especial foco no apetecível "bottom" da menina... se, por um lado, como homem unicamente, consigo perceber (e até louvar!) a atitude, por outro lado como homem apreciador de cinema, aquilo cansa um bocado. O filme deixa-se cair excessivamente nos clichés do filme de terror, mas se não caísse seria mesmo um filme de terror? "Gothika" é leve, não veio para mudar o mundo, não é pretensioso, um bom filme para se ver com um balde de pipocas ao lado, ou com a namorada (ou com os dois).

"Training Day". Gostei do filme, embora, olhando agora para trás, não tenha nada de muito especial que valha a pena referir. Na minha opinião, claro. O Ethan Hawke tem uma prestação fraquinha (não compreendo a nomeação para o Óscar de Melhor Actor Secundário, mas também é verdade que deixei de tentar compreender há muito tempo as nomeações para os Óscares), talvez porque ofuscada pelo peso pesado Denzel Washington (oscarizado com este filme, e muito justamente). Este sim tem um "papelão", e deu-me prazer vê-lo a fazer de vilão e sem os típicos-discursos-dos-filmes-do-Denzel, em que ele tem um monólogo qualquer num momento qualquer e nos quais defende o direito à igualdade entre raças, faça ele de treinador ou de polícia ou de bombeiro ou de padre. O filme tem umas cenas de acção porreiritas embora banais, volta e meia leva-nos a pensar "será que o anjo-Denzel aqui é um grande filho da mãe que mente com quantos dentes tem na boca?" (interrogação esta não fruto deste filme mas sim de todos os outros que já vimos com ele), mas vale essencialmente pela interpretação de Denzel Washington, não passando de um filme comercial "à Hollywood", como tantos outros, com uma aparente imagem do "submundo" que serve apenas para nos tranquilizar, malta do "daylight", e nos fazer sentir um bocado mais seguros porque pensamos conhecer as regras do jogo.

"Cidade de Deus". Um filme que nos mostra o verdadeiro submundo, e não uma imagem vendida, é este. Uma grande escolha para encerrar o ciclo "Vintage 2003" que decorreu este mês no Teatro Académico Gil Vicente (já agora, começa outro para o mês que vem, com John Cassavetes e Pedro Almodovar, entre outros). Não vou escrever grande coisa sobre o filme porque reparei, na conversa que mantive com uns amigos que também foram ver o "Cidade de Deus", que tem muito mais impacto quando se o vai ver "às escuras". Ok, é sobre a favela Cidade de Deus, e então? Basta isto.

"É uma sensação maravilhosa entrar numa sala de projeção para assistir a um filme de que pouco se sabe e perceber que se está diante de uma obra-prima", escreveu Andrew Pulver, do jornal inglês The Guardian.

O filme é muito, muito bom, dos melhores filmes que eu já vi, um "must", maravilhosamente realizado (Se Fernando Meirelles não ganhar o Óscar para Melhor Realizador é uma tremenda injustiça, tal como foi a não nomeaçao o ano passado, para Melhor Filme Estrangeiro), forte, brutal, mas também bonito, poético, cómico e amoroso às vezes, como é, afinal de contas, a vivência de todos nós. Não há palavras para descrever este filme. Desde a fotografia, até à banda sonora, passando pelos actores. Tudo bom demais para ser verdade. E tem uma cena que por si só, valeria pelo filme todo. Não vi ninguém que hoje naqela sala escura do TAGV, não ficasse tocado por essa cena.

Para terminar, e parafraseando uma das frases emblemáticas do "Cidade de Deus", uma mensagem a todas as ex-conquistas que no momento de acabar com a relação não tiveram coragem de terminar tudo, antes pediram "um tempo": "Malandro que é malandro, não pára. Dá um tempo". (lembrei-me do dicionário dos pobres, n'o Mal)

(já agora, leiam isto)

No comments

Acabei de ver uma reportagem sobre Gary Ridgway, um homem aparentemente normal que matou mais de 60 prostitutas. Ao fim de 20 anos de investigação conseguiram apanhá-lo, e com 20 anos de perguntas por fazer, mantiveram-no durante 6 meses na esquadra onde trabalhavam. Todos os dias lhe faziam perguntas sobre tudo aquilo que ele tinha cometido, e às vezes iam em "excursões" até aos locais onde tinha enterrado as vítimas. Ele ficava empolgado quando pisava esses locais. Quando lhe perguntavam o porquê de tudo aquilo, ele respondia "Matei-as porque queria. E além disso podia fazer sexo e reaver o meu dinheiro".

Ora bamos lá ber a cunbersa!!!

É muito bom abrir a "A Tasca" e ver uma "catrefada" de litradas que não foram servidas por mim (independentemente de serem contra a minha pessoa, mas isso são pormenores). Não sabia que as minhas litradas eram tão desprezadas e consideradas desprezíveis pelo resto da Gerência, facto esse que me entristece, mas a única coisa que posso fazer a esse respeito é deixar de as servir. O que me leva a abrir o estabelecimento diariamente é a esperança de vos ver a trabalhar, e a servir alegremente as litradas, e se for preciso eu passar à reserva para que tal aconteça, não terei pudor nenhum em fazê-lo. Avisem-me é com antecedência, para poder arrumar a minha tralha.

Ao contrário do resto da Gerência, que passa grande parte do dia sem fazer nada de produtivo (o chamado "coçar a micose"), eu tenho estudado para um exame que vou ter para a semana, e, consequentemente, chego a casa a horas tardias, já embebido pelo poder alcoólico (atenção que isto é metafórico!!) da noite, e talvez seja por isso que os meus textos ultimamente tendam mais para a vertente de "café" do que "tasca". No entanto, com mais ou menos variação, sempre foi esta a tendência da minha escrita, excepto em pontuais momentos memoráveis. E para isso é que vocês servem, porque, tal como eu escrevi aqui há muito tempo atrás, as nossas escritas, tal como as nossas personalidades, complementam-se.

E já agora, se não fosse eu, quem é que corrigia as vossas litradas? Quem é que mudava de "establecimente" para "estabelecimento"? De "urente" para "urgente"? De "viajem" para "viagem"? De "parteleira" para "prateleira"? Quem é que vos centrava os textos? E colocava vírgulas? E acentos?

Ahpoizé. Iriam sentir muito a minha falta.

E quem é que é o tirano aqui? O ditador? Espero bem que a pessoa que avançou com essa acusação ridícula prontamente a desminta oficalmente, sob pena de sofrer na pele medidas TERRÍVEIS e VIS, não se livrando no entanto do castigo pela impertinência demonstrada, que consiste em sessões de sodomia pura e dura com o Carlão. Eu sempre disse que a Gerência funcionava como um único gerente, eu sou apenas o gerente mais trabalhador; mas como insistem em classificar-me como O gerente da "A Tasca", terei de assumir esse papel, e portanto, para evitar calúnias infames como estas da tirania e da ditadura exercidas por mim, e litradas venenosas como as anteriores, proclamo que toda a Gerência a partir do dia 1 de Março terá de seguir o regime do Dalai Lama, e levantar-se diariamente às 3 da manhã, para 6 horas seguidas de meditação e oração em minha honra, seguidas da audição de cassetes-audio intituladas «Como servir melhor a "A Tasca" e o seu gerente que é o gajo mais poderoso à face da Terra e eu amo-o».

Vá, tudo a lavar pratos e a servir litradas, !!!

sábado, fevereiro 28, 2004

Como elas são complicadas!

O DIÁRIO DELA:

No Sábado à noite ele estava estranho.
Combinámos encontrarmo-nos no bar para tomar um copo.
Passei a tarde toda nas compras com as minhas amigas e pensei que pudesse ser por minha culpa, porque me atrasei um bocadinho, mas ele não fez grandes comentários. A conversa não estava muito animada, de maneira que pensei em irmos a um lugar mais intimo para podermos conversar mais em privado. Fomos a um restaurante e ele AINDA a agir de modo estranho.
Tentei animá-lo e comecei a pensar se seria por minha causa ou outra coisa qualquer. Perguntei- lhe, e ele disse que não era eu. Mas não fiquei muito convencida. No caminho para casa, no carro, disse-lhe que o amava muito e ele limitou-se a pôr-me braço por cima dos ombros. Não sei que raio quis dizer com isso, porque não disse que me amava também, nem nada, e estava a ficar mesmo preocupada.
Finalmente chegámos a casa e eu já estava a pensar se ele me iria deixar! Por isso tentei fazê-lo falar, mas ele ligou a televisão, e sentou-se com um olhar distante que parecia estar a dizer-me que estava tudo acabado entre nós. Por fim, embora relutante, disse que me ia deitar.Mais ou menos 10 minutos depois ele veio também e, para minha surpresa, correspondeu aos meus avanços e fizemos amor. Mas ainda parecia muito distraido, e depois quis confrontá-lo e falar sobre isso, mas comecei a chorar e chorei até adormecer. Já não sei o que fazer. Tenho quase a certeza que ele tem alguém e que a minha vida é um autêntico desastre.


O DIÁRIO DELE:

O BENFICA PERDEU. Mas dei uma queca.

Bocage, the return!

Oh vivido Bocage, conta-nos um pouco mais das tuas experiências!

«Levanta Alzira os olhos pudibunda
Para ver onde a mão lhe conduzia;
Vendo que nela a porra lhe metia
Fez-se mais do que o nácar rubicunda:

Toco o pentelho seu, toco a rotunda
Lisa bimba, onde Amor seu trono erguia;
Entretanto em desejos ela ardia,
Brando licor o pássaro lhe inunda:

C'o dedo a greta sua lhe coçava;
Ela, maquinalmente a mão movendo,
Docemente o caralho me embalava;

"Mais depressa" — Lhe digo então morrendo.
Enquanto ela sinais do mesmo dava;
Mística pívia assim fomos comendo.»

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«"Apre! não metas todo... Eu mais não posso..."
Assim Márcia formosa me dizia;
— Não sou bárbaro (à moça eu respondia)
Brandamente verás como te coço:

"Ai! por Deus, não... não mais, que é grande! e grosso!"
Quem resistir ao seu falar podia
Meigamente o coninho lhe batia;
Ela diz "Ah meu bem! meu peito é vosso!"

O rebolar do cu (ah!) não te esqueça
Como és bela, meu bem! (então lhe digo)
Ela em suspiros mil a ardência expressa:

Por te unir fazer muito ao meu umbigo;
Assim, assim... menina, mais depressa!...
Eu me venho... ai Jesus!... vem-te comigo!»

Isto é uma tasca ou é um café??

Aproveito estes últimos posts do sôr Nuno para demonstrar o meu desagrado com a porra da evolução da "A Tasca" (aqui o porra foi utilizado para demonstrar que eu estou mesmo zangado, não pensem que eu sou adepto de palavrões porque não sou). Ora eu sinceramente não sei se o gerente desta coisa anda com medo das inspecções sanitárias, que por acaso têm andado por aí, ou se simplesmente agora por termos mais clientes, decidiu mudar o estilo deste estabelecimento, mas a verdade é que isto está cada vez mais limpinho, está cada vez mais.....parecido com um café. Já se lavam os copos, não há teias de aranha, já nem existem aqueles pacotes de torresmos que estavam há um ano naquela prateleira ali do canto... bolas assim torna-se difícil servir alguma coisa aqui. Nós, meros empregados, até tentamos (com o mísero salário que nos pagam) fazer disto uma tasca melhor, mas logo de seguida somos abafados pelo gerente! Vá, vamos tentar baixar o nível disto, a ver se deixamos de vender tantos uísques e tantas caipirinhas, para passarmos a vender a vinhaça e as cervejolas!

saudações

TIPOS DE MULHER SEGUNDO OS ENGENHEIROS INFORMÁTICOS

MULHER VÍRUS:
Quando menos esperas instala-se nos teus domínios e vai apoderando-se de todos os teus espaços. Se tentas desinstalá-la vais perder muitas coisas, se não tentas perdes todas.

MULHER INTERNET:
È preciso pagar para lhe ter acesso.

MULHER SERVIDOR:
Está sempre ocupada quando necessitas dela.

MULHER WINDOWS:
Sabes que tem falhas, mas não podes viver sem ela.

MULHER POWERPOINT:
Ideal para ser apresentada em festas e convenções.

MULHER EXCEL:
Dizem que faz muitas coisas mas geralmente só a utilizamos para as quatro operações básicas.

MULHER WORD:
Tem sempre uma surpresa reservada para ti e não existe ninguém no mundo que a compreenda inteiramente

MULHER DOS:
Todos a possuíram um día, mas ninguém mais a quer agora

MULHER BACKUP:
Julgas que tem o suficiente, mas na hora do "vamos a a ver" há sempre algo que falta.

MULHER SCANDISC:
Sabemos que é boa e que só quer ajudar, mas no fundo não sabe nada do que está a fazer

MULHER SCREENSAVER:
Não serve para nada, mas diverte-nos.

MULHER PAINTBRUSH:
Puro adobe e nada de substância.

MULHER RAM:
Aquela que esquece tudo logo que se desliga.

MULHER DISCO RÍGIDO:
Lembra-se sempre de tudo.

MULHER RATO:
Só funciona quando é arrastada.

MULHER MULTIMÉDIA:
Faz tudo parecer bonito.

MULHER UTILIZADOR:
Nunca faz nada bem e passa a vida a fazer perguntas.

MULHER E-MAIL:
Em cada dez coisas que diz, nove são parvoices.

Vai passar a ser o lema da casa!

Esta vai com certeza agradar aos empregados deste estabelecimento:

Um professor de filosofia em frente da turma e sem dizer uma palavra, pegou num frasco de maionese vazio e encheu-o com pedras de uns 2cm de diâmetro.

Perguntou aos alunos se o frasco estava cheio.
Eles concordaram que estava.

Então o professor pegou numa caixa com pedras pequeninas e deitou-as dentro do frasco agitando-o levemente. As pedrinhas rolaram para os espacos entre as pedras com 2cm de diâmetro.

Ele então perguntou novamente se o frasco estava cheio.
O alunos concordaram: agora sim, está cheio.

O professor pegou uma caixa com areia e despejou-a dentro do frasco preenchendo o restante.

- Agora, disse o Professor,
- Eu quero que voces entendam que isto simboliza a vossa vida:

As pedras com 2cm de diametro sao as coisas importantes:
A familia, os amigos, a saúde, os filhos, coisas que preenchem a vossa vida.

As pedrinhas sao as outras coisas que importam, como o emprego, a casa, o carro.

A areia representa o resto. As coisas pequenas (ninharias). Se voces colocarem a areia (ninharia) primeiro no frasco, nao havera espaco para as pedrinhas e para as pedras.

O mesmo vale para a vida. Cuidem das pedras primeiro. Das coisas que realmente importam. Estabeleçam suas prioridades. O resto é só areia (ninharias)!

Mas então, um aluno pegou no frasco que todos concordaram que estava cheio, e deitou um copo de cerveja dentro. Claro, a areia ficou ensopada com a cerveja preenchendo todos os espacos restantes do frasco, fazendo com que ele desta vez ficasse realmente cheio.

Moral da historia:

NAO IMPORTA O QUANTO A TUA VIDA ESTEJA CHEIA, SOBRA SEMPRE ESPAÇO PARA UMA CERVEJINHA!

Volta Sornas, estás perdoado!

O Sornas disse que só voltava a escrever se o nível baixasse um bocado, isto é, tornar este belo lugar na Verdadeira Tasca!
Não prometo nada, mas vou fazer um esforço e até acho que o Moelas me vai ajudar!

Antes de terminar queria só sugerir ao Moelas que talvez fosse boa ideia pôr na "A Tasca" uns poemas do Bocage! Só uma ideia! eheh

Terminei



Volta A Portugal em VW "dos Hippies"

É uma ideia tentadora, sem dúvida, e a questão dos fundos até nem deve ser problema. Lembra-te "Deus quer, o Homem sonha, a Obra nasce"

Traduzindo: O jamiroo e o Manel (esqueceste-te dele!) querem; eu, tu(Eskinado), o Moelas e o Sornas vamos sonhando; e no meio disto tudo, com alguma sorte à mistura, a obra há de nascer!


Como diria uma pessoa que eu conheço: "As pessoas nesta vida têm que se divertir, é fundamental para viverem bem!"

É urgente ajudar!

Caros clientes da "A TASCA", é urgente darem o vosso contributo à gerência deste estabelecimento!

Ficou acordado em assembleia geral extraordinária por meio de votação e com resultado unânime que no dia em que todos os elementos da gerência, e passo a citar, Jamiroo, Nuno, Moelas, Eskinado e Sornas, obtivessem a carta de condução, compraríamos todos uma daquelas carrinhas VW "dos Hippies" para fazer uma viagem por esse belo país fora.

Ora acontece que os recursos não abundam por estas bandas, por isso venho por este meio apelar à vossa contribuição para a aquisição do veículo! A transferência bancária poderá ser feita para a minha conta bancário num balcão Mi??enium B?P. O nº será facultado a quem contactar o mail da "A TASCA" para este efeito.

Espero que fiquem sensibilizados com este apelo, porque sim, é verdade,


Nós Temos um Sonho

Parabéns Rosarinho!!



Dizem que os anjos são imutáveis. Mas tu já estás tão crescida.

(nunca te esqueças do que te sussurrei hoje ao ouvido. que eu nunca esquecerei as lágrimas que hoje deixaste cair por mim)

Na praia deserta, dos dias que passam...

Nos últimos dias, não largava o meu pequeno caderno preto, um típico caso de Moleskine-wannabe, fosse para onde fosse. Faculdade, restaurantes, bancos de jardim, pessoas, medos, tudo e todos e a tudo e a todos apresentei (a)o meu caderno. Na Loja das Canetas, no Quebra-Costas, já o tratavam por tu.

O caderno agora fica em casa. As palavras soam-me a falsas. Não concretamente as palavras que lá estão, mas as palavras no geral. Talvez sejam as pessoas que o são, talvez nem sempre mas de vez em quando, embora prefira pensar que o são as palavras. É da maneira que não me desacredito totalmente nos outros e em mim. Pelo menos por enquanto, claro está.

Nos tempos que se seguem, voltarei a um velho, mas sempre actual, amor. A minha guitarra. Protegido do mundo e do frio pelas malhas, escondido dos rostos pelo cabelo, fechado à chave pelo meu cachecol; já sabem, se virem alguém assim, acompanhado de uma guitarra e de uma barreira invisível e inexpugnável, seja pelas ruas da Alta ou pelas avenidas do vosso pensamento, sou eu.

A minha guitarra

A minha guitarra é a minha melhor amiga. A minha guitarra está sempre (ou quase sempre) onde eu preciso, quando eu preciso. Se eu choro, ela chora comigo. Se eu sorrio, ela sorri comigo. Não é falsa, não é hipócrita, não é cínica, não mente. Não se deixa tocar melhor do que eu mereço, não faz de conta que toco melhor do que realmente toco. Quando preciso de treinar mais, ela faz-me ver isso. Quando a deixo de lado durante muito tempo, ela ressente-se; e quando volto a ela, por muito bem que a trate, por muito boa vontade que tenha, só se deixa tocar bem outra vez, depois de muito trabalho e de muito esforço que eu lá deixe. Até ela se sentir apreciada, até ela se deixar tocar. A minha guitarra é confidente. Não conta nada a ninguém. Não me engana e não se deixa enganar. A minha guitarra ouve-me, e é com muito prazer que eu a oiço. Às vezes a minha guitarra é o meu único ponto de abrigo. A minha guitarra é justa. A minha guitarra é honesta. Quanto mais lhe dou, mais ela gosta, e mais ela me dá a mim. Mas não lhe posso dar tudo de uma vez (nem que o quisesse, mesmo que o pudesse). E a minha guitarra faz-me ver isso. A minha guitarra ensinou-me isso. A minha guitarra encerra-me nela, sem me prender. A minha guitarra guarda o meu amor, e o meu amor por ti, e o meu amor por vocês. A minha guitarra não é esta, mas poderia ser. Confio na minha guitarra. Não confio em mais ninguém. Mãos no fogo por alguém? Nunca mais! Se queimadas, a minha guitarra ressente-se, e nunca mais se deixará tocar como dantes, para que eu nunca me esqueça do que ela me ensinou, e que se deixei queimar as mãos no fogo por alguém, não foi por falta de aviso. "Eu sei que me ia arrepender". (a minha guitarra avisou-me)

Estamos sempre a aprender

Não me sai isto da cabeça. Pelos vistos os meus conhecimentos de Física e Astronomia estão errados. Pensava que a Lua nunca poderia ser uma estrela cadente. Hoje foi.

Joss Stone

Encontrei esta menina por acaso. Para ser sincero, nem me lembro como é que o "The Soul Sessions" veio parar às minhas mãos. Já me tinha acontecido o mesmo com o Panjabi MC e com os Toranja, andava eu a pregar por eles entre os infiéis, mas estes só os reconheceram quando o Deus-Televisão os mostrou ao mundo.

Enfim...

De qualquer maneira, estava aqui para escrever alguma coisa sobre a Joss Stone. Pessoal, é incrível como esta "menina" só tem 16 anos, com um físico destes e uma voz daquelas, e um savoir-faire brutal... a minha pseudo-teoria é que ela nasceu em África, e só foi registada aos 7 anos, e é por isso que ela tem aquela voz soul de black magic woman, e é também por isso que ela é tão "nova"...

O "The Soul Sessions" é um bom cd. Não o considero muito bom pelo simples pormenor que lhe falta, na minha opinião, aquele "pózinho de perlimpimpim de Belissa en su jardín" que diferencia os "grandes" dos "bons". É algo que não dá para explicar, ma sente-se... percebem? No entanto, profetizo que depois deste "The Soul Sessions" virá algo de muito, muito bom; isto porque este trabalho não esconde, nem por um segundo, o seu verdadeiro propósito: é uma apresentação da menina à sociedade. Algo como o "sweet sixteen" nos Estados Unidos (o que aqui até se adequa na perfeição, devido à idade da menina). Não foi uma aposta muito arriscada, devido à inegável qualidade de Joss Stone, mas por um lado não deixa de o ser, até na medida em que o reportório de músicas não tem nenhum grande nome, daqueles que pede para ser o "single das massas". É verdade que a equipa de produção é muito boa, e que a colaboração de nomes sonantes da Soul actual aconteceu, mas eles estão escondidinhos, a luz da ribalta aponta directamente para Joss Stone, e é como se esse "grupo" de amigos tivesse um novo elemento, e o quisesse apresentar ao mundo.

E aposta ganha, há que partir para algo mais sério. E a menina tem talento, ah isso tem!

Time is what you do with it

Descobri isto na Aba de Heisenberg... não sei porquê, mas assustou-me. Reacções, caros clientes?

sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Hoje,

quem te olhou nos olhos fui eu. Tamanha inglória não poderia passar impune! "Pensas que és especial? Que correm para ti os meus pensamentos e lágrimas, beijos e desejos? Pois fica sabendo que o não és. És tão nada como todas as outras."

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Olhas-me nos olhos...

...e eu respondo-te, que desleal é o sentimento que nutro por ti. Demasiado clandestino para to confessar.

Lindo lindo lindo

(este texto foi escrito num instantezinho, pela Larissa, do Ilegítima Defesa; este texto é lindo, sim Larissa, eu sei que depois ficas constrangida, mas há coisas que têm de ser ditas)

Viver é um verbo intransitivo

Hoje relembrei um pouco das minhas aulas de Gramática, com todas aquelas classificações de palavras em verbos, substantivos e tudo o mais. Viver é um verbo intransitivo. Verbos assim não precisam de nada para existirem. Nenhum substantivo, pronome ou nada que o acompanhe. Eles sozinhos dizem tudo. Amar é um verbo intransitivo. E mesmo que não fosse, deveria ser. Não devia precisar de nada que o acompanhasse. Nenhum nome, pronome ou substantivo. Deveria ser possível dizer apenas "Eu amo", sem ter que se explicar quem se ama ou o porque desse amor. Na verdade deveria ser possível apenas amar. Sem se importar em ser correspondido. Sem se importar com opiniões alheias sobre esse sentimento. Como todo verbo intransitivo, amar deveria ser auto-suficiente. Egocêntrico, egoísta quem sabe, mas ainda assim, totalmente independente. Verbos intransitivos acabam frases sem ser necessário mas nenhuma explicação. Tudo o que vem depois é superfluo. Coisas que podiam ser tiradas da frase sem mais rodeios. Assim como deveria ser possível tirar de depois do amor todas as desilusões, brigas, esperanças e desesperanças. Tudo que fosse superfluo. Afinal, não é necessário se dizer mais nada, quando se ama. Basta amar.

E eu amo,
tu amas,
ele ama,
nós amamos,
vós amais,
eles amam.

Não é necessário dizer mais nada. Certos verbos já dizem tudo.


título... onde estás?

Ontem, "Ai é assim que tu me vês!".
Antes, depois, ontem, hoje e amanhã, sempre e para sempre, "Nunca fizeste a mais pequena ideia de como eu te vejo..."

As pessoas nunca sabem como as vemos. Nem nós sabemos como somos vistos. Eu pessoalmente espero que ninguém me veja como eu sou, ou como eu me vejo. O melhor segredo é aquele que guardamos para nós próprios, c'est vrai?
Mas contigo é diferente. Agora que estou bem ensinado e que vou aprendendo, é que nunca te diria como te vejo, nem que o conseguisse ou mesmo que o quisesse. Nem a ti, nem a ela, nem a ele. Razões racionais (para os três): não há palavras, não há engenho, não há arte. Razões emocionais (para os três também): não dá para descrever, e os momentos não foram feitos para matar o infinito.

É isso mesmo. Não matar o infinito.

esqueci-me do título

Para que não haja dúvidas, e visto que várias pessoas me perguntaram isto,

não há rapariga nova nenhuma na minha vida!

Nunca vos apeteceu sorrir ao mundo, e dizer "gosto de ti" de todas as maneiras possíveis e imaginárias? E sorrir, sorrir, sorrir!!!

Aquilo eram só algumas sugestões de como o fazer, até porque eram dirigidas ao nada, ao vácuo, a quem o quisesse ler... (bem ensinado eu, isto não se diz a ninguém...)

E quantos dos que leram isto não recordaram a última vez que alguém lhes disse um "gosto de ti" que ainda hoje ecoa no pensamento? Tão bom...

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

Cheguei!!

Caros clientes, é com muito orgulho que me auto-apresento como novo membro d'A Tasca!! Surpresa para uns, não tanto para outros, não venho para revolucionar os blogs mas sim para revolucionar a A Tasca! Isto cá para mim anda muito soft para o sítio imundo que devia ser! Também não quero exageros mas acho que podia ter mais um pouco de verdadeira tasca... Até porque não somos uma tasca... Somos a A Tasca!!

Quero agradecer à gerência, especialmente ao jamiroo, pelo convite para blogar neste grande estabelecimento, que o é!

Não prometo cá vir muitas vezes, não sou universitário com boa vida! Mas vocês vão ver uns posts meus por aí escondidos.

Daqui mando um grande UEELAAAH a toda a gente!!

Adenda ao último post

A única coisa que tende a não se resolver é a minha webcam, que teima em não funcionar.

Desabafo

Ultimamente tem-me acontecido tanta coisa... não tenho é tido capacidade para passar tudo para aqui. Aliás, quase nada. Desde as aventuras na criação da tuna da minha faculdade, passando pela participação na defesa do meu curso (querem lixar-nos, é verdade), o concerto do Calvin, o autógrafo dele e as personagens que vimos nessa noite, os filmes e cd's que tenho visto e ouvido,as pessoas as pessoas, as conclusões que ando a tirar de tudo isto, etc...

O mais interessante é que estou numa fase que nunca tinha sentido antes. Uma fase em que tudo o que está pendente, quer eu queira quer não, resolve-se, tudo, do amor ao ódio. Tenho consciência que isto vai passar, mas se demorou 19 anos para acontecer, então deixem-me aproveitar, depois de agora só aos 40!

Prelúdio de um "A Tasca" Report

Isto de ter o SiteMeter a funcionar decentemente é qualquer coisa de extraordinário.
Desde o descobrir que alguém chegou aqui porque andava à procura no google da "Mónica das Delirium", ou que o Universos Desfeitos nos linkou.

Já agora, para amanhã espera-se alguma movimentação aqui na "A Tasca"... estejam alerta...

"Foi a mais bela história de amor...!"

Há coisas que surgem assim do nada. Tão perfeitas e inesperadas como um primeiro beijo.
Como o nosso primeiro beijo.

"Sabes que apesar de tudo, gosto muito de ti não sabes?
Sei.. e tu sabes que também gosto muito de ti não sabes?
Hmmm... sei :)"

terça-feira, fevereiro 24, 2004

:) :) :)

Sabes...

Gosto de ti todos os dias.

:) :)

Já te disse hoje que gosto de ti?
Não?

...

Gosto de ti.

:)

Já te disse que gosto de ti?

Whatever

"Sinto que sabes que sei que ambos sabemos que ninguém sabe do nosso segredo.
Sinto que sei melhor que ninguém o quanto sentias o que eu sentia.
Sei que não sabes que eu sinto que já não sentes o que sentias dantes.
Mas também sei que sabes que sem saberes sentes mais do que sabias sentir."

(Tirado do mais fundo da alma da pequena Inês, do Divã de Portugal)

.

Hoje, por mais que uma vez, retive mentalmente esta nota: "voltar ao Clandestino". Isto tem-se repetido ao longo dos últimos dias. O Blog está grande, Pedro! Keep on!

What goes around, comes around.

Ici.

Qéqilo II

Ainda sobre o outro site, encontrei este link brutal. Reparem que até dá para escolher a cor de fundo!

"Após ler nossos artigos, você nunca mais verá as notícias da mesma forma."
"Eles [os que jogam Quake III] formarão o futuro exército do Anticristo e cumprirão alegremente suas ordens." (eu jogo; será que posso deixar de estudar, visto já ter emprego garantido?)
"[Estes jogos] fritam a estrutura emocional da pessoa e transformam seu cérebro em ovos mexidos cozidos." ("ovos mexidos cozidos"!)
"Estamos chegando ao fim desse longo processo de condicionamento. O exército do Anticristo está quase pronto para a ação. Se você ainda não está tremendo de pavor, deve começar!"
"Quando uma pessoa combina esse tipo de jogo de computador com filmes de terror similares, mais o efeito embrutecedor do álcool, das drogas, da pornografia, do sexo ilícito, você pode ter um jovem que bem que poderia sair e matar alguém. Após passar vários anos estourando pessoas e alienígenas em uma tela de computador, o jogador pode imaginar que seria "divertido" fazer isso na vida real." (até missas misturadas com álcool e droga, quanto mais jogos...)
"Adolf Hitler tornou-se possesso por demônios em sua adolescência logo após assistir a uma ópera de Wagner que era repleta de temas ocultistas" ("Adolfozito, no more opera for you, young man!!")

Ai credo... este artigo é monumental.


Nossa Senhora do QéQilo!!!

Este é, sem dúvida alguma, o site mais estranho que eu já vi em toda a minha vida.

The Cutting Edge, uma seitazita daquelas completamente surreais (reparem no Harry Potter da coluna da esquerda).

Aquilo até CASSETES ÁUDIO tem, vejam aqui por exemplo.
"Once you understand that the prophesied religion of Antichrist is Black Magick Witchcraft, you can understand the importance of knowing spiritual warfare. You will better understand such things happening in our world today, like Foot-and-Mouth Disease, Harry Potter, Public School fiasco, Abortion, and the incredible slide into all things Witchcraft among our high school and pre-teen students. We spend nearly an hour discussing the Prayer of Jabez, one of the greatest heretical false gospels to ever hit Christianity.
You will also be able to better fight against it and protect your precious children. 4-Tape Set, nearly SEVEN HOURS of seminar material."

Muito, muito esquisito.


Atenção

Desminto ca-te-go-ri-ca-men-te o comunicado anterior, é tudo uma absurda e maquiavélica cabala para denegrir a minha pessoa, e declaro aqui, em público e em directo, que envidarei todos os esforços ao meu alcance e de alguns países do 3º mundo, para descobrir o paradeiro dessa pessoa que dá pelo nome de Eskinado.

O "www" é imprescindível para tornar uma mera expressão num link directo para qualquer site, e é com esse único propósito que recomendo a utilização do mesmo. Aliás, o comunicado anterior faz parte de uma cabala ainda maior, engendrada pelo Eskinado, com o igualmente absurdo e maquiavélico objectivo de chacinar toda a Humanidade, começando exactamente pelos cibernautas e clientes da "A Tasca", através de uma antiga técnica chinesa aperfeiçoada pelos albaneses, que consiste em deteriorar o sistema nervoso da pessoa comum através do dedito e culminando no cérebro. SIM, porque a mente velhaca dele não conseguiu conter-se, e eu, jamiroo, descobri tudo sobre o plano ardiloso desta mente vil.

Através da parca popularidade que eu gozo entre as pessoas, sejam elas reais ou reais mas cibernéticas, ele convenceu-se que todos seguiriam o conselho do comunicado. Contudo, e segundo as mais recentes estatísticas fornecidas pelo Governo Federal da Républica de Freixo de Espada à Cinta, o utilizar do "www" é a técnica menos prejudicial para entrar na "A Tasca", visto que basta o clicar sobre a morada, enquanto que sem o "www" é preciso copiar a morada e/ou escrevê-la toda. Isto sem falar, obviamente, dos inúmeros casos em que o uso do "www" pode estar inapto (como por exemplo aqui -> www.a-tasca.blogspot.com); no entanto, se por acaso se copiar este texto para um mail ou para o messenger ou para o irc, o link torna-se activo, algo que não acontece se a morada for simplesmente "a-tasca.blogspot.com". Assim, ao não se escrever o "www", proporcionam-se infindáveis situações directas e indirectas que levariam ao cansaço e utilização excessiva e danosa dos dedinhos por parte das pessoas, que levaria, como já referido, à sua destruição e atrofiamento do sistema nervoso através da técnica que não devo referir agora.

O que é que o Eskinado pretende com tudo isto?
Sinceramente, não sei.
Mas com o vosso Jamiroo a zelar por vocês, não temam.

Não cansem os dedos

Pois é, descobri!
O nosso amigo jamiroo andou a planear acabar com a humanidade! Sabem como? Quis cansar os vossos deditos das mãos sem necessidade nenhuma!
É que o verdadeiro endereço da nossa humilde "A Tasca" é a-tasca.blogspot.com e não, como ele vos obriga a fazer, www.a-tasca.blogspot.com.
Segundo os cálculos dele, com os adeptos da "A Tasca" a gostarem cada vez mais dele e a escreverem 10 vezes mais "www" que o necessário por dia, ele conseguiria a partir dos próximos 500 anos acabar com cerca de 1 cibernauta por ano! E com este falso amor que ele demonstra sempre por outros blogs queria juntar consigo nos próximos 1068 anos os 4 blogs mais vistos em freixo de espada à cinta!

Isto é verídico!

Por favor, se têm amor aos vossos dedos nuncam mais ponham "www" para aceder ao nosso estabelecimento!

Um post muito, muito rápido

(Voltarei a este post mais tarde)

Obrigado ao O Céu Sobre Berlim, ao Paragem de Autocarro (desta não estava eu minimamente à espera, que agradabilíssima surpresa!), ao Carapau de Corrida, ao 8848 m; Sagarmatha e ao Bar do Moe, nº133, pelos links.

Ah, e um especial obrigado ao Nuno Catarino do A Forma do Jazz, que afinal é mesmo especialista, tal como eu o tinha adjectivado há uns posts atrás ;) Obrigado pela ajuda!

Vá agora vou dormir, que hoje o meu primo fez o favor de mostrar aos da "A Tasca" as belas meninas suecas, gregas e irlandesas e aquilo cansa muito... estava lá a gémea da Anna Kournikova!

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

La maquina conferma

É verdade, faço anos. 8)

Faltava aqui um título

O dia 23 de Fevereiro até seria um dia igual aos outros, não fosse um amigo meu e companheiro de tasca fazer anos. Pois é hoje é o dia do camarada Eskinado, faz 19 anos, está mais responsável ou pelo menos devia estar, mas à parte disso não há mais nada de importante...


..........

:)

.....

Pronto! Não te chateio mais!

PARABÉNS JAMIROO!

Nunca há muito a dizer nestas alturas, pelo menos para mim, desejo-te que por cá andes durante muitos e bons anos, a tratar desta tasca e a cuidar dos amigos, pá, porque sem ti isto perde o brilho!

Já agora, para o Luís e para o Elísio, como diria o outro, façam o favor de ser felizes!

And isn't it ironic ... don't you think?

Recebi esta mensagem de uma pessoa que, de tempos a tempos, era a nuvem que tapava a minha lua.

"Que consigas o brilho da tua lua e que realizes tudo o que mais queres..."

Agora já não é nuvem. É apenas uma brisa, que não tapa nada, e só me toca de vez em quando, mas quando toca é aprazível (quase sempre...). E a lua? Essa, perdeu o brilho.



"And isn't it ironic ... don't you think?" (yeah, i'm listening to Alanis Morissette - MTV unplugged)

A Tasca-Mãe foi fechada :|

Eles serem três e andarem aos pares. Palmilharam Coimbra de lés a lés, e nem aqueles recantos sagrados resistiram. Ok, fechem a Munich, ok, fechem a Farmácia também... mas fazer sucumbir o Pinto???

Qualquer dia vai a nossa tasquinha também... :|

domingo, fevereiro 22, 2004

A dança do Calvin Johnson


Esta é a fífia do ano

"Tolstoi? Então mas o que é que o Senhor dos Anéis tem a ver com a educação?"

Sorry

Os últimos três textos eram de mim para mim.
Peço desculpa.

Conclusão

Os quatro pilares são, efectivamente, correlacionais.
A rapariga viu os Morangos com Açúcar.
A miúda ao lado viu tudo, e riu-se.
A rapariga gritou-lhe que não se risse.
O rapaz chegou atrasado.
Passou a mão pelo cabelo.
Tinha apresentado um trabalho sobre aquilo, não estava preocupado, escolheu Tolstoi.
O segredo era dele e dela. Mais ninguém sabia.
A rapariga contou ao amigo e à amiga.
Aconteceu outra vez.
O rapaz só soube disto quando já era tarde demais.
Casaram-se.
Viveram para sempre.

Post-it now

Hmmm... que palavra faltará aqui... "os quatro pilares da Educação segundo Jacques Délors são...", hmmm, "são correlacionais" talvez... tenho de ver isto quando chegar a casa. Aquele livro foi caro como o caraças... e não saíu nada no exame, é a gozar na carinha! Por falar em gozar, hoje é aquele episódio dos Morangos com Açúcar em que eles gozam todos com o miúdo... coitado. Aquilo não se faz a ninguém, nem a brincar. A nossa televisão está num estado deplorável, só telenovelas, aquilo é horrível. E eles não representam nada. Até eu fazia melhor. Hmm, dá as 19h30, não me posso esquecer de ver. Tenho de ir às compras, isto já me fic... porra tinha de olhar para cima no preciso momento em que ele chega! Não podeia ter ficado sossegadita a escrever este trabalho, abstraída de tudo, tão bem como eu estava, népia, e ainda por cima ele chega e eu a olhar para ela... devo parecer uma parva... deixa olhar otra vez... baaah, ele nem sequer repara em mim... ao menos também não repara que estou a olhar fixamente para ele... tão lindo...
Voltar ao trabalho. Tenho de voltar ao trabalho. Ok, onde é que eu ia, ah, aqui, "segundo Jacques Délors são correlacionais, no sentido em que ele não se veio sentar aqui ao meu lado, serei feia, o lugar é o único livre..." aaaaai já me desconcentrei! Vou olhar outra vez. Não, não posso olhar. A miúda aqui ao lado já está a micar tudo. Daqui a bocado goza-me.
Ninguém sabe do nosso segredo.
Nosso.
Ok, já olhei, agora de volta ao trabalho, e mais nada.

Bilhetinhos dentro da cabeça

O tempo. Caramba, o tempo teima em não passar. O que é feito dele? Onde estará?
Estará a pensar em mim?
Não. Vê se pensas noutra coisa rapariga! Somos só amigos. Ora deixa ver, Tolstoi, népia, Escola Nova é muito complicado... hmmm... Rogers? Professor, podemos ficar com Carl Rogers?
Caramba, será que ele vem ou não? Já começa a ser hábito ele chegar atrasado à faculdade... e porque é que isto me faz tanta confusão?
AIIIII... bolas, que isto não me sai da cabeça!
A porta! Entra lá! Oh professor, vire-se irra! Dê permissão a quem quer que seja que estiver à porta, pode ser ele! E se não for mande-o embora, este lugar livre aqui é para ele.
Não outra vez. Não é ele.
Que é feito dele?
E o quê, Rogers já está escolhido? Maria Montessori talvez?

Encomendar uma Pizza em 2015

Telefonista: "Pizza Hot, Bom dia."
Cliente: "Bom dia, quero encomendar uma pizza sff"
Telefonista: "Pode me dar o seu NIDN,sff ?"
Cliente: "Com certeza, o meu número de identificação nacional, é 6102049998-45-54610."
Telefonista: "Muito obrigado Sr Kerry.
A sua morada é 1742 Meadowland Drive, e o seu número de telefone é 494-2366, o seu número no escritório da Lincoln Insurance é o 745-2302 e o seu portátil é 266-2566.
De que número o Sr ligou ?"
Cliente: "Eu? Estou em casa. Onde foi buscar essas informações todas?"
Telefonista: "Nós estamos ligados em rede ao Sistema."
Cliente: (Suspiro) "Ai sim! Eu queria encomendar duas pizzas com extra queijo e camarão..."
Telefonista: "É capaz de não ser boa ideia."
Cliente: "Desculpe!!! ?"
Telefonista: "Consta na sua ficha médica que sofre de hipertensão e de um nível muito alto de colesterol, além disso o seu seguro de vida desaconselha vivamente escolhas perigosas para a sua saúde."
Cliente: "Pois é... tem razão! O que é que me propõe ?"
Telefonista: "Porquê que não experimenta a nossa pizza Light com iogurte de soja, tenho a certeza que vai adorar."
Cliente: "Como é que sabe que vou adorar!!!?
Telefonista: "O Sr. consultou o site ``Recette Gourmandes au Soja´´na biblioteca municipal dia 15/01 às 14h32 onde permaneceu ligado à rede durante 36 minutos, daí a minha sugestão."
Cliente: "Pronto está bem!. Dê me duas pizzas familiares, quanto é?"
Telefonista: "É a escolha certa para si, a sua esposa e respectivos 4 filhos, são 49,99 $."
Cliente: "Quer o meu número de cartão de crédito?"
Telefonista: "Lamento mas vai ter que pagar em dinheiro. O limite do seu cartão de crédito já foi ultrapassado"
Cliente: "Não faz mal eu vou ao multibanco levantar dinheiro antes que chegue a pizza."
Telefonista: "Dúvido que dê. Tem a conta a descoberto."
Cliente: "Meta-se na sua vida. Mande-me as pizzas que eu arranjo o dinheiro. Quando é que entregam ?"
Telefonista: "Estamos um pouco atrasados. Daqui a 45 minutos serão entregues. Se estiver com muita pressa pode vir busca-las, só que transportar duas pizzas de mota não é aconselhável além de ser perigoso"
Cliente: "Mas que raio de história é esta, como é que sabe que tenho uma mota ?"
Telefonista: "Peço desculpa, apenas reparei que não tinha pago as prestações do carro e que ele foi penhorado. Mas a sua Harley está paga. Daí pensei que fosse utiliza-la"
Cliente: "@#%/$@&?#!"
Telefonista: "Agradeço que não me insulte... não se esqueça que já foi condenado em Julho de 2009 por Insulto a Agente na via pública"
Cliente: (Silêncio)
Telefonista: "Mais alguma coisa! ?"
Cliente: "Não é tudo...não espere..não se esqueça dos 2 litros de Coca Cola que constam na promoção ."
Telefonista: "Peço imensa desculpa, mas o regulamento da nossa promoção descrito no art.3/12 proíbe-nos de enviar bebidas com açucar a pessoas diabéticas."

sábado, fevereiro 21, 2004

Portugal, Portugal... de que é que estás à espera?

A profecia

De tudo o que Abril abriu ainda pouco se disse: um menino que sorriu, uma porta que se abrisse, um fruto que se expandiu, um pão que se repartisse, um capitão que seguiu o que a história lhe predisse.

E, entre vinhas sobredos vales socalcos searas serras atalhos veredas lezírias e praias claras, um povo que levantava, sobre um rio de pobreza, a bandeira em que ondulava a sua própria grandeza!

De tudo o que Abril abriu ainda pouco se disse e só nos faltava agora que este Abril não se cumprisse.

Ary dos Santos

(retirado do No Arame)



C'mon see it

Um flash muito divertido sobre os Jogos Olímpicos.

A ferida aberta

Haverá legitimidade da nossa parte para pedirmos heróis ao mundo, se nem em pequenas coisas somos dignos de cá estar?

Queremos curar a fome no mundo. Esquecemo-nos do sem-abrigo que jaz na nossa rua.

Queremos uma solidariedade global. Esquecemo-nos do amigo que esteve lá sempre por nós e estará.

Desejos, promessas, sonhos, dados adquiridos. NÃO ACREDITO EM NADA.

(e se a minha esperança ainda não morreu, então está moribunda. A diferença? Nenhuma)

Que Raiva

Estou num país de merda, dominado por gente fútil e vazia que não sabe nem nunca saberá o que é viver. É um mal de todo o mundo, uma epidemia sem cura.

Os Classificados:

Heróis precisam-se
Missão: salvar o Mundo


Não há muitas respostas, mas as que há são determinadas.


É como alguém disse: A esperança é a última a morrer!

Bowling For Gil Vicente

Não levem a mal o título, mas depois de um espectáculo daqueles, como é que querem que não haja violência. Calvin Johnson levou à loucura metade da assistência, enquanto que a outra metade foi levada pelo sono. A conjunção de três notas na guitarra, uma voz grossa de cowboy e danças que mais pareciam ritos a invocar a Nossa Senhora do Quéquilo só podiam incutir numa pessoa o desejo incontrolável de bater em alguém ou de cometer um massacre.
O espectáculo safou-se com a primeira parte, altura em que actuou o Legendary Tiger Man e talvez niguém tivesse reparado que o americano tinha tocado se primeiro actuasse ele e para finalizar actuasse o Legendary Tiger Man, mas assim não foi e agora temos que seguir as nossas vidas como se nada tivesse acontecido, reprimindo para sempre esta experiência traumática.


Já agora, parabéns à RUC e também (embora um pouco fora do contexto) ao meu primo Gustavo, que é só o escritor mais assíduo da blogosfera.

Hail to the thief

Para quem, como nós, adora o Bush Junior, descobri este site divertidíssimo, o Hail to the Thief.

O link directo para a colecção de imagens onde o Bush parece um chimpazé é este.

E por falar em "Hail to the Thief", este album dos Radiohead é genial. Recomendo vivamente. Now sit down. Stand up.

!!!

Quem faz anos é ele, mas quem recebe o presente somos nós: obrigado pelo post, Gustavo. E parabéns!

ai credo jesus senhora virge maria

Báte máaaaaaaaaaaaaaaaaale

POOOOOOOOOOOOOOOOONTE

BIOLÊNCIAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

Parece que...

...finalmente, os acentos voltaram. E as cedilhas. E as aspas. E isto º e isto ª.
Amo-te língua portuguesa!

(vou agora editar os posts anteriores, até já)

sexta-feira, fevereiro 20, 2004

Grrr... 3

Nova adição: além dos acentos, das cedilhas e das aspas, também os símbolos de primeiro e primeira e etcs estão indisponíveis... grrrrrrr.

O elevador do meu prédio

Os elevadores do meu prédio são qualquer coisa de extraordinário. Nunca funcionam bem, e quando estão minimamente activos, é só um de cada vez, não haja cá misturas! E nos últimos dias tem sido um descalabro total. Um desespero mesmo! Estive preso num deles, e durante 10 minutos o elevador subia e descia, do 1º ao 6º andar e do 6º ao 1º andar, e eu sem poder fazer nada. Enfim...

Tenho-lhes rogado imensas pragas, a eles e à Otis, que os colocou lá.

Hoje, quando cheguei ao meu prédio, estava à porta a mulher da minha vida (ela é que ainda não o sabe). Tão linda, credo, até fazia impressão olhar para ela de frente, tal era o brilho que emanava dela! Tinha-se esquecido das chaves, explicava-se ela num tom de voz doce doce doce (até nisto era perfeita!). Caramba, que olhos. A sério. Que olhos... entrámos e ela diz-me que vai para o 5º andar, eu digo que vou para o 3º, acabaria ali tudo entre nós. Acabaria? Pois, mas não acabou. Graças aos maravilhosos elevadores do meu prédio, fiquei preso no elevador com ela imenso tempo, e falámos imenso, aquilo era a simpatia feita pessoa, a gentileza moldada em carne! Quando o elevador "desencravou", foi parar ao primeiro andar. Parou ali. E eu carreguei no 3º andar... mas por incrível defeito do elevador, foi parar ao 5º andar (não me perguntem como). Aí, ela ficou surpresa, disse "ah afinal não saíste!", agradeceu-me por tê-la deixado sair primeiro e disse que tinhamos de combinar um café.

Nunca mais digo mal dos elevadores do meu prédio.

Grrrr... II

Agora além dos acentos e das cedilhas também não posso pôr aspas...

"Late Night Tales"

Durante esta última semana tenho ouvido muita música, nomeadamente estes cd's: "Viva la tristeza! - las canciones que [pedro almodovar] escuchaba mientras escribia «Hable con ella»", o "St. James Infirmary" de Louis Armstrong, o perfeito "Kind of Blue" de Miles Davis, e, mais recentemente, o "Esquissos" dos Toranja e o "Late Night Tales" dos Jamiroquai.

Todos muito, muito bons, nomeadamente o "Kind of Blue", sobre o qual nem me atrevo a falar (isso é para especialistas).

Chamo a atenção para o "Late Night Tales". A frase com que quero começar é integralmente igual a esta do Ryan Bradley da "JIVE Magazine", só que em português: «I suspect I did what most people who are fans of Jamiroquai have done when they saw this CD, I said, "hell yeah!" without really considering what it was I was purchasing.»

E depois descubro que este cd não tem uma única música dos Jamiroquai, é antes uma colectânea de músicas funk dos anos 70 que inspiraram o Jay Kay e fizeram dele musicalmente o que ele é hoje. Imperdível mesmo, um grande cd.

Deixo aqui o link para o review do Ryan Bradley, que para mim resume bem o que é o "Late Night Tales", na medida do possível claro, porque um cd destes só ouvido é que pode ser percebido.

Grrr...

O Blogger parece que não quer que eu ponha acentos e/ou cedilhas nos posts. Depois corrijo isto. (Moelas aproveita e escreve muito, hoje tens desculpa ;) )

Vale e Azevedo et al

Hoje estava a ler notícias, e, quase que seguidas, surgem tres notí­cias diferentes, uma intitulada "Vale e Azevedo chega a Boa Hora", outra "Vale e Azevedo está a ser ouvido na Boa Hora" e finalmente, "Interrogatório a Vale e Azevedo interrompido para almoço". Deixo aqui uma série de sugestões para novos títulos de tanto interesse como estes:

"Interrogatório a Vale e Azevedo atrasa-se ligeiramente, porque o mesmo espirra"
"Vale e Azevedo assoa-se"
"Vale e Azevedo pestaneja"
"Vale e Azevedo arrota"
"Vale e Azevedo espirra outra vez; interrogatório de novo atrasado"

(isto quase que parecem os títulos dos livros da Anita... uma outra história para falar mais à frente...)

Mais logo à noite

Naked Blues

Tonight, tonight

Hoje à noite, no TAGV, Calvin Johnson em discurso directo, com o "nosso" Legendary Tiger Man a fazer a primeira parte do espectáculo.

às 21h30.

(já agora, sabiam que a cobra do videoclip se chama Francisca?)

Para quem quiser... mas dedicado a ti, em especial

- Fim (dias que passam) -

Neste infinito fim que nos alcançou
guardo uma lágrima vinda do fundo
guardo um sorriso virado para o mundo
guardo um sonho que nunca chegou

Na minha casa de paredes caídas
penduro espelhos cor de prata
guardo reflexos do canto que mata
guardo uma arca de rimas perdidas

Na praia deserta dos dias que passam
Falo ao mar de coisas que vi
Falo ao mar do que conheci...

No mundo onde tudo parece estar certo
guardo os defeitos que me atam ao chão
guardo muralhas feitas de cartão
guardo um olhar que parecia tão perto

Para o país do esquecer o nunca nascido
levo a espada e a armadura de ferro
levo o escudo e o cavalo negro
levo-te a ti... levo-te a ti para sempre comigo...

Na praia deserta dos dias que passam
Falo ao mar de coisas que senti
Falo ao mar do que nunca perdi.



(original dos Toranja)

(Mas se leres bem, a minha vida escreve-se assim)

baaah

Há coisas que se dizem que são, no mínimo, nojentas. Aliás, autênticas alarvidades. E depois do Mourinho ter dito que até "trocava uma vitória pela vida do Feher", vem o Monsenhor Pinto da Costa dizer na SIC que vai levar o diferendo (sobre o caso Feher) com o Benfica "até às últimas consequências", no sentido de que a verba exigida pelo FC Porto seja "o mais elevada possível". Isto porque, segundo o presidente portista, a família do malogrado jogador vai beneficiar com isso. "Uma coisa é certa: sete por cento da indemnização vai para a família de Fehér."

Claro que é.

quinta-feira, fevereiro 19, 2004

apontamentos

Uma educação saudosista é uma educação que quer ser aquilo que nunca foi.
A filosofia é uma faca sem cabo, cujo cabo não tem lâmina...
Sans toi, les émotions d‘aujourd‘hui ne seraient que la peau morte des émotions d‘autrefois.

. . .

Girl: "Hey, the assignment was supposed to be about our heroes! Not a chance for you to get up in front of the class, and like, totally live out your homicidal fantasies!"
Boy: "Hey, I ain't gay!"
Professor: "Ms. Stacy settle down. But she's right. You didn't do the assignment. Frank is not a hero, he's a disturbed man"
Boy: "Well, I just don't know how she gets away with calling me gay."

As leis mais maradas do planeta (sim, estas põem a um canto o nosso sistema penal)

No Líbano, os homens podem legalmente ter relações sexuais com animais, mas têm que ser fêmeas. Relações sexuais com machos é punível com a morte. (paneleirices é que não!! Será que também existe um Refúgio Aboim Ascensão no Líbano?)

No Bahrain, um médico pode legalmente examinar a genitália feminina, mas para ele é proibido olhar directamente para ela durante o exame. Ele pode apenas olhar através de um espelho... (grandes artistas...)

Os muçulmanos não podem olhar os genitais de um cadáver. Isto também se aplica aos funcionários da funerária (e da morgue). Os orgãos sexuais do defunto devem estar sempre cobertos por um tijolo ou por um pedaço de madeira. (sim um tijolo!!!)

A penalidade para a masturbação na Indonésia é a decapitação. (Mas de qual cabeça?!)

Há homens em Guam cujo emprego em tempo integral é viajar pelo país e desflorar virgens, as quais pagam pelo privilégio de ter sexo pela primeira vez. Razão: pelas leis de Guam, é proibido a virgens casarem. (onde é que fica o Guam?!?!?!? Será cara a passagem de avião????)

Em Hong Kong, uma mulher traída pode legalmente matar o seu marido adúltero mas deve fazê-lo apenas com suas mãos. Em contrapartida, a amante do marido pode ser morta de qualquer outra maneira. (die bitch!!).

Em Cali, na Colômbia, uma mulher só pode ter relações com o seu marido, e na primeira vez que isso ocorre, a sua mae deve estar no quarto para testemunhar o acto. (esta faz tremer qualquer um só de pensar, já nao bastava chatear como tudo, ainda tem de ir mandar palpites, de como se comer a filha!!!)

"Dolls"

Fui ver o "Dolls", do Takeshi Kitano e, sinceramente, não gostei nada do filme. Embora muita gente me fale tão bem do "Zatoichi" e do "Brother", eu não os vi, e se fosse só pelo "Dolls" quase que me arriscava a dizer que o Kitano é o Manoel de Oliveira de olhos em bico, no sentido pejorativo da expressão.

O filme é demasiado lento, demasiado parado, ultrapassando assim o limite da saturação. Ou seja, um ritmo que não fosse tão lento daria para reflectir sobre tudo aquilo, e não maçava. Alguns saíram a meio do filme, e alguns quando viram a rapariga a cambalear pela neve quase que desejaram que ela morresse depressa para que pudessem sair da sala.

Acredito que o filme esteja mais virado para a mentalidade oriental, e como tal mais difícil de apreciar por mim, que não tenho grande contacto com essa realidade. Aliás, admito que todo aquele ritmo fosse fielmente "plagiado" do espectáculo (cujo nome não sei) que inicia o filme, e que isso tenha sido algo brilhantemente concretizado, mas mais uma vez, faz parte de uma realidade oriental com a qual não tenho contacto e, tanto no espectáculo como no "Dolls" propriamente dito, aprecio algumas técnicas e artifícios e cenários, no entanto, da história e de como ela é tratada, não consigo gostar mesmo nada.

As personagens, tirando a rapariga que se tenta suicidar no início do filme, estão muito mal trabalhados pelos actores, inexpressivos, aborrecidos, maçadores e pesarosos. Se aquela era mesmo a intenção do filme, então parabéns. Either way, não é nada apelativo.

Depois está pejadinho de simbologia ora escandalosamente óbvia e previsível, ora totalmente abstracta e imperceptível. A(s) história(s), por outro lado, são fruto de uma criatividade nitidamente oriental, que fazem suscitar situações que, novamente, não senti como apelativas. Ainda por cima, histórias de amor, fadadas que são para serem o mais universais possível...

Grande parte do filme assimilei-o de forma mecânica, fosse quer pela incompreensão de certos símbolos, quer pela falta de apelo das cenas e situações, quer pela atitude dos actores. Não havia ainda, na minha opinião, grande coisa sobre a qual reflectir.

É um filme com pormenores interessantes, ao nível da fotografia, das paisagens e de certos artifícios técnicos e de argumento, no entanto é demasiado "pesado", não na linha de "Elephant" ou "Kids", mas sim porque se arrasta em vez de fluir.

quarta-feira, fevereiro 18, 2004

La coincidência impossibéle

Por incrível que pareça, a menos que o meu irmão mais novo ande a ler a "A Tasca" (o que duvido muito), há cada coincidência. Não, não é a "Odisseia" nem está em grego, mas apanhei-o em flagrante a ler uma versão juvenil do "Ulisses"!

terça-feira, fevereiro 17, 2004

Nós somos reles e ordinários!

Eu numa das minhas raras consultas à enciclopédia que possuo, decidi (não por mero acaso, mas sim devido a uma pancada que me deram na nuca, que me deixou a pensar apenas numa coisa: TASCAS) procurar a palavra "tasca", e eis o que encontrei: "s.f. Taberna; casa de pasto reles e ordinária". Bem, eu não percebo o que é nós fizemos aos autores desta enciclopédia para eles nos tratarem assim! Nós aqui na tasquinha até somos tão civilizados, não cuspimos para o chão, não vomitamos pelos cantos, não contribuimos para o aumento do buraco da camada de ozono, até utilizamos palavras como irra, caramba ou bolas para não ter que utilizar palavrões... enfim, quando se vêem pessoas a falarem tão mal de um estabelecimento onde as pessoas são tão civilizadas, onde reina tanta bondade, tanto alcool, perdão queria dizer tanto companheirismo, é que se vê em que direcção o nosso mundo vai!

saudações

Isto também acontece nas nossas faculdades

A data, hoje. O local, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra:

-Pah, costumas beber bebidas brancas?
-Mas quê, tipo leite?

O último post sobre o Dia dos Namorados

No Dia dos Namorados, um fenómeno que se multiplica e que é cada vez mais prática corrente, são os chamados "jantares de Encalhados". Coincidem normalmente com as "Single's Night" dos bares, cuja tradução à letra seria "Noite dos Encalhados".

Mas uma grande estupidez inerente a estes jantares, é a divisão entre "jantar dOs Encalhados" e "jantar dAs Encalhadas". Oh meus amigos, não seria muito mais produtivo confluir o "jantar dOs" e o "jantar dAs", organizando um enorme "jantar dE Encalhados", e, se não fossem muito esquisitos de parte a parte, ter o problema resolvido?

Incrível e bonito

Há uns dias atrás, estava um bilhetito de comboio usado enfiado na placa metálica que tem os botões dos andares dentro do elevador. Nas costas dizia assim: "Vim cá para descobrir a minha paz, mas tu não estavas".


Todinhos

Aqueles livrinhos todos seguidinhos de Eugénio de Andrade no Café-teatro do TAGV. É só de mim ou apetece tirar todos e fugir para bem longe com eles?

Certidão de Óbito

Infelizmente, quando a Flor deixa de ser uma Obsessão, arrisca-se a morrer.

Farewell.

A caminho da ribalta

O meu irmão mais novo chegou ao pé de mim todo contente porque já sabia uma palavrita em grego: "Né", que quer dizer "Sim". Qualquer dia ainda se põe a ler a "Odisseia", na versão grega, e começam a fazer uns blogs pressupostamente escritos por ele...

Como é que é? Hein?

Vi também um anúncio, cujo slogan era qualquer coisa do género "A nova casa Acreditar vai ser construída com Sun, tijolos e boa vontade".

Chamo para já a atenção para o pormenor da gradação de importância dos constituintes da casa: primeiro o Sun, e só depois os tijolos!!! (da boa vontade nem se fala)

Para além disso os gajos que fizeram esta publicidade devem ser uns imbecis de primeira categoria, porque qualquer pessoa que tenha visto "Os três porquinhos" sabe bem que só com tijolos e boa vontade ninguém vai lá! Mas quê, agora o Sun substitui o cimento?

Fico perplexo com estas coisas.


Margarida Sei Lá

Estava eu a regogizar-me com o site oficial da Margarida Sei Lá (já reparam que nas fotos ela aparece sempre com o pescoço torto? E porque será...hmm?) quando reparei nisto!!! Uma escola de escrita!!! E ela é professora!!!

(A piadinha pareceu-me tão óbvia que nem a escrevi, como diz o outro, para meio entendedor...)

Dúrion Barrioso!

Fiquei incrédulo quando vi e ouvi um excerto do discurso de "vassalagem" de Durão Barroso a Aznar. A certa altura, juro-vos, estava à espera de o ver correr em direcção a Aznar, enquanto soava a música do "Oficial e Cavalheiro", e sem pudor e com muito, muito amor, "beijá-lo como quem beija a alma".

Infelizmente não o fez, porque até era bem divertido. O que também infelizmente não é nada divertido foi o que ele disse. Pensei escrever aqui qualquer coisa sobre o assunto, mas no Causa Nossa trataram de o fazer muito bem.

Ler isto e isto.

Kitano

Hoje à noite, no TAGV em Coimbra, "Dolls" de Takeshi Kitano.

(Bilhetes para estudantes 2,5€ e para não-estudantes 3,5€)

Milho Trangénico - A Chave

Numa interessante discussão com os meus colegas de curso (Biologia), chegámos à conclusão que todos os problemas do mundo são derivados do milho trangénico plantado pelos EUA na base das lajes.

Esta teoria irá ser futuramente desenvolvida.

Também acho!

Hoje vi isto escrito numa carteira do anfiteatro do departamento de botânica:

O silêncio é um sinal de respeito para com os colegas que querem dormir

Nem mais!

Epah curto bués aquele bacano o Mozart tem umas batidas coool

Uma rapariga à saída do TAGV dizia «não gostei nada do "Elephant", não tem ponta por que se lhe pegue; o "Dogville" é que é muita giro, saí da sala de cinema com um sorriso nos lábios».

Comentário de uma amiga que estava comigo: «dizer que o "Dogville" é giro é como dizer que a Guernica é "bué da fixe"»

Elephant.....

Quase que se poderia dizer que "Elephant" é uma adaptação cinematográfica de "Crónica de uma morte anunciada", de Gabriel Garcia Marquez. Alex e Eric como Pablo e Pedro Vicario, e todo aquele massacre e todo aquele extremo a que se chegou, como Santiago Nasar. Com uma agravante; em momento algum Alex ou Eric desesperam como Pablo «Porra, primo, sabes lá como é difícil matar um homem, não fazes ideia!».

Perto do final do filme, Eric encontra Mr. Luce, o reitor do Liceu Columbine. E nesse momento quando a ferida já está aberta, Gus Van Sant tem a habilidade e a tenacidade de a abrir ainda mais, de a "escarafunchar", de entornar não umas gotas de álcool por cima dela, mas um frasco inteiro! Quando Eric lhe diz "tal como nós os dois, há muitos mais como nós por aí, e vou deixá-lo viver para que da próxima vez que um miúdo lhe vá contar que tem problemas na escola e que é perseguido, que o oiça e lhe dê atenção!". Mata-o a seguir.

Ainda mais perto do final do filme, o pai bêbado encontra John, o filho. John sabia que algo de mal se iria passar. Não estava surpreendido, nem particularmente chocado. Satisfeito com o aparecer do pai. O pai de John toca-lhe no braço, sem saber como tocar (n)o filho, e diz-lhe algumas palavras. De conforto? Talvez. Deixará de beber?

Talvez este pedacinho do filme nos tente fazer crer que podemos melhorar; mas interiormente sabemos que o pai de John vai voltar a beber. John sabe-o. O filme acaba com Alex a ameaçar matar o casal de namorados. A condição humana, o nosso dia a dia, o estado a que deixámos chegar as coisas, o mundo. A sociedade. Poderíamos mudar? Poderíamos mudar, mas não o faremos nem o conseguiríamos. A nível global, é uma situação irreversível.

Para quem viveu o trágico dia de 20 de Abril de 1999 no Liceu Colombine dos EUA, nada mais será como antigamente. Para todos nós que hoje saímos do TAGV, também não.

Elephant....

O filme é extremamente complexo. De tão simples que é, ou aparenta ser.
Um grande e imenso acumular de "fait-divers".

Tenho fé na juventude de hoje, e faço parte dela. Não creio que sejemos todos muito bons nem todos muito maus. Somos, simplesmente. Não penso que a juventude em "Elephant" seja retratada de um modo negro e decepcionado, até porque é um filme onde não há lugar ao juízo de valor de Gus Van Sant. Juízos de valor e conclusões, como já havia escrito, cabem somente ao espectador. Mas o jovem ali não está com grandes preocupações, e não demonstra ter grandes projectos de vida (excepto, porventura e ironicamente, Alex e Eric), apenas porque é um dia como qualquer outro. Mais um. Que vem a seguir a outro e a outro, e ao qual se seguirão tantos outros. Naquela altura limitam-se a viver o segundo a segundo, a aula a seguir, as decisões são para quando tiverem de ser tomadas. "As personagens agem como virtuais suicidas, sem nada esperarem do minuto seguinte.". O que ainda nos mostra mais o dia, tão normal e tão inesperado.

O simbolismo abunda por aqueles corredores, por aquelas caras, por aquelas casas, por tudo. Dói tanto quando se vê e se ouve a planear a tarde que nunca mais chegará. Mesmo para quem sobreviveu. Aquela tarde, como seria vivida, estava perdida para sempre. Dói imenso tudo aquilo. O "penduricalho" no retrovisor do carro de Alex e Eric: o Diabo. Que se mexe e sorri sem parar quando eles entram no carro. O Mal, em toda a sua plenitude. Irracional, incompreensível, inevitável. O beijo ("Nem nunca beijei ninguém!").

Elephant...

"Ao fim de meia hora de filme, duas personagens voltam a cruzar-se e uma sequência inicial é reencontrada sob outro ponto de vista. É aí que nos apercebemos da estrutura circular de Elephant, nunca mais se poderá sair dos corredores do liceu."

Arrisco dizer que se este filme tivesse entrado no circuito comercial das salas de cinema, provavelmente em vez de manter o simbólico nome "Elephant" (aliás, alguém sabe o porquê deste título?), seria substituído por algo ainda mais simbólico. Assim como, "Foda-se, como é que eu não vi isto antes". Sem medo.

Isto porque, em pelo menos três momentos chave de "Elephant", a nossa angústia, a nossa frustação, a nossa perplexidade e a nossa resignação face à condição humana, atingem níveis elevadíssimos, culminando numa raiva impossível de conter, e que sai um "Foda-se, como é que eu não vi isto antes". Sem medo.

Quando vemos de novo uma sequência inicial, mas por outro ponto de vista, e aquela rapariga desfocada e sem nome e que nem reparámos nela, corre, mas desta vez reparamos nela (talvez infelizmente apenas por "sermos" ela naquele instante) e sentimos que sofre e nos fustigamos por não ter reparado nela antes e não a termos ajudado, dizemos "Foda-se como é que eu não vi isto antes!".

Quando vemos o que passam aqueles dois rapazes, que os leva a chegar a um ponto inimaginável de loucura "sã", quando vemos as três miúdas que vomitam sem pôr em causa sequer o que fazem, quando vemos o quão baixo podemos descer e o quão longe deixamos as coisas chegarem, dizemos "Foda-se como é que eu não vi isto antes!". (mas poderíamos efectivamente ter visto aquelas condições antes, e ter evitado que chegassem àquele ponto?)

E finalmente, quando vemos o Alex e o Eric, de armas em punho, a passar pelos corredores, e nenhum aluno, nenhum empregado (aliás, auxiliar de acção educativa) nem nenhum professor que passe por eles repara neles, gritamos com raiva "Foda-se como é que eu não vi isto antes!".

("como é que eu não vi" em vez de "como é que eles não viram", porque afinal de contas, temos consciência que não vemos tantas daquelas coisas, e elas bem à nossa frente...)

E eu que nem sou gajo de dizer asneiras.
Enfim. É porque tem mesmo de ser. Neste caso, inevitável, puro e duro, tal como "Elephant".

Elephant..

Personagens, que bem cedo deixam de o ser. "Elephant" começa com uma breve apresentação de algumas (até então) personagens, mas depois de conhecermos e, de certa forma, participarmos na vida e na rotina banal de John ou de Elias (que afinal, acaba por se reger por moldes de tantas outras vivências e rotinas e, quiçà, da nossa), as personagens deixam de o ser para se tornarem pessoas. Nossas conhecidas. Aí, "Elephant" ganha uma nova dimensão. Já não são os dois miúdos de 17 anos que mataram um grupo de colegas numa escola longe dos EUA, são o Alex e o Eric, ali à nossa frente, a matarem a sangue frio a Carrie e o Benny e a Jordan e a Michelle, naquela escola que é a nossa, naquela escola que poderia muito bem ser a nossa vida comum.

"An ordinary high school day. Except that it's not."

Gus Van Sant, tanto como argumentista como realizador, faz um excelente trabalho em "Elephant". A fotografia está excelente, e ele coordena como ninguém os diversos pontos de vista de cada pessoa durante aquele trágico dia. Os pontos de vista, o que se sente, o que interessa reter e o que é secundário. Quando Michelle desata a chorar no corredor, e nos comovemos com a situação dela enquanto agradecemos não estar nessa mesma situação, a imagem desfoca, ela mantém-se completamente nítida, mas naquele momento choramos todos. E olhemos para onde olhemos, a visão está distorcida, nós choramos ali.

Elephant.

Em "Elephant" é-nos contada a história do que aconteceu dia 20 de Abril de 1999, no massacre no Liceu Columbine, nos EUA. Aliás, minto. Em "Elephant" não nos é contada história alguma. É-nos mostrado o que aconteceu, com um distanciamento "brechtiano", crú e brutal, sem juízos de valor, sem nada. Assim, simples e complexo ao mesmo tempo, fictício e real ao mesmo tempo, cheio e vazio, tudo e nada, como é a vida humana, como é a condição humana.

É, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes que já vi, e também um dos mais brutais e pesados. Talvez, essencialmente e aparentemente ambiguamente, pela "leveza" e "superficialidade" com que nos são mostrados (mais uma vez, não confundir com "contados") os factos. As coisas acontecem, indo com a corrente, seguindo o fio inevitável (será mesmo inevitável?) da vida, do destino, fio esse tão banal como o dia a dia de cada um, como a vivência de cada um. As aulas, os namoros, o jogar futebol, o correr, o ler, o sair, o conversar, enfim, o viver. Contribui para essa "falsa leveza e superficial" maneira de mostrar o que se passou, o facto de ao longo do filme nenhuma personagem perguntar ou se perguntar a si própria o porquê de tudo aquilo. Como se todos soubessem que aquilo estaria para acontecer, e tivessem medo de se sentir culpados. Ou então, não o sabem que o são. Aliás, não o sabemos. Porque "Elephant" não é uma realidade americana. É uma realidade de todos nós.

O perguntar do "porquê?" fica remetido ao espectador, que ainda sente mais angústia e raiva, com o silêncio comunal dos personagens.

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

Pensamento do dia

Termino esta bela manhã de segunda-feira com um pensamento digno duma tasca:

Bebo porque sou egocêntrico: gosto quando o mundo gira à minha volta

Os engraçadinhos que se ponham a pau!

Continuando com a saga universitária, aqui vai uma história verídica, que se passou numa faculdade do Porto:

Uma professora universitária acabava de dar as orientações aos alunos acerca do exame que ocorreria no dia seguinte.Finalizou alertando que não haveria desculpas para a falta de nenhum aluno, com excepção de um grave ferimento, doença ou a morte de algum parente próximo.

Um engraçadinho que estava sentado no fundo da sala, perguntou com aquele velho ar de cinismo:"De entre esses motivos justificados, podemos incluir o de extremo cansaço por actividade sexual?"
A classe explodiu em gargalhadas, com a professora a aguardar pacientemente que o silêncio fosse restabelecido. Assim que isso aconteceu, ela olhou para o jovem e respondeu: "Isso não é um motivo justificado. " - e continuou serenamente - "Como o exame será de escolha múltipla, você pode vir para a sala e escrever com a outra mão... ou se não se puder sentar, pode responder de pé".

Mai nada, eheh!

O que nos fizeram os anos 90!

1. Tentas teclar o teu pin no display do micro-ondas;

2. Não jogas paciência com cartas de verdade há anos, ou então nunca
conheceste outra forma de jogar paciência!

3. Perguntas, via e-mail, se o teu colega ao lado vai almoçar contigo e
ele responde-te, por e-mail claro:"Dá-me cinco minutos!";

4. Tens 15 números de telefone diferentes para falares com a tua
família de 3 pessoas;

5. O motivo pelo qual perdeste o contacto com os teus antigos amigos e
colegas é porque eles têm um novo endereço de e-mail;

6. Não sabes o preço de um envelope comum;

7. Para ti, ser organizado significa ter vários bloquinhos de Post-It
de cores diferentes;

8. A maioria das piadas que conheces, recebeste por e-mail (e ainda
por cima ris-te sozinho...);

9. Já dizes o nome da firma onde trabalhas quando atendes o telefone
em casa;

10. Digitas o 0 para telefonar de tua casa;

11. Vais para o trabalho quando ainda está escuro, voltas para casa
quando já escureceu de novo;

12. Quando o teu computador pára de funcionar, parece que foi o teu
coração que parou. Ficas sem saber o que fazer, sentes-te perdido;

13. Sentes-te nu quando te esqueces do telemóvel;

14. Leste este email e balanças-te afirmativamente com a cabeça em
diversos pontos;

15. Já estás a pensar a quem vais enviar esta mensagem...

Isto era originalmente uma mensagem de e-mail que me foi enviada, por isso os pontos 14 e 15 podem estar um pouco fora de contexto, mas quem quiser que pegue no texto e o envie por e-mail.

Ser ou não ser... estudante universitário, eis a questão!

Recomeçam os dias de aulas. É a marabunta para as inscrições nas aulas práticas, entre cotoveladas e empurrões lá conseguimos chegar à dita sala e autografar a folha.
O grupo de caloiros encontra-se de novo, após uma longa maratona de exames, decidem-se os dias a ir às aulas, as aulas a ir e no meio de todas as vozes excitadas há uma que se ergue acima de todas, calmamente declarando: "Eu não vou faltar a uma única aula..."

Silêncio total...

"....daquelas a que já me decidi a ir!"

Suspiros de alívio.
E o espírito estudantil perdura!

Nuno

PS: Estava apenas a reinar, não vai ser bem assim, e digo bem assim porque Queima é Queima, mas de resto tenciono ir a todas as aulas! Bom recomeço!

Benfica vs. Porto

Um grande jogo, por sinal, sem "casos", apenas duas grandes equipas a disputarem o jogo! Dois aspectos que me espantaram: pela positiva, ver o benfica jogar como já não acontecia há uns anos; pela negativa, não ver o estádio completamente cheio, quando noutros derbys esteve sempre à pinha. Um grande golo do Simão, um golo "contra-a-corrente" do Porto, enfim, um bom jogo de futebol!

domingo, fevereiro 15, 2004

...

À passagem da meia-hora, substituição forçada aqui no Estádio da Porcalhota, do mítico clube austríaco Admira-à-Vaca, sai o lesionado Caderneta da Bola, e entra o nosso conterrâneo Futeblog Total.

Mais animação flash!

A sequela do pingu!

Fumar mata!

Para as segundas-feiras de manhã!

..

Foram acrescentados os dois últimos textos à colectânea de dia 14, o texto XVIII e o XIX, um porque só agora chegou à "A Tasca", o outro porque devido a um bug do Blogger já havia sido publicado, mas por alguma razão não apareceu.

Obrigado aos que aceitaram este pequeno desafio, que superou de longe as minhas expectativas, não no capítulo da qualidade da escrita (que essa já eu sabia que era do melhor) mas principalmente pela quantidade "industrial" de textos produzidos.

Este tipo de desafios poderia ser algo rotacional; nós aqui na "A Tasca" começámos o circuitozito, mas seria interessante que outros o continuassem... de tempos a tempos um blog escolheria um tema de partida, e a iniciativa realizar-se-ia... fica aqui o (outro) desafio.


Faltava cá este!

A nossa Tasca como é obvio segue o lema do amigo Zé Povinho



Queres fiado??? Toma!!!

Just another silly love story...

Dear Penis.

sábado, fevereiro 14, 2004

"A Tasca" Report

O Le Tasque mudou para a Super Bock, de acordo com a nossa política de o cliente ter sempre razão.

O que é o Amor? (ou quando somos miúdos somos tão giros)

"Amor é quando alguém te magoa, e tu, mesmo muito magoado, não gritas, porque sabes que isso fere os sentimentos da outra pessoa."
Mathew, 6 anos.

"Quando minha avó ficou com artrite, e deixou de poder dobrar-se para pintar as unhas dos pés, o meu avô passou a pintar as unhas dela, apesar de ele também ter muita artrite."
Rebecca, 8 anos.

"Amor é quando uma menina põe perfume e o menino põe loção pós-barba, depois saem juntos e se cheiram um ao outro."
Karl, 5 anos.

"Eu sei que minha irmã mais velha me ama porque ela dá-me todas as roupas velhas e tem que sair para comprar outras."
Lauren, 4 anos.

"Amor é como uma velhinha e um velhinho que ainda são muito amigos, apesar de se conhecerem há muito tempo."
Tommy, 6 anos

"Quando alguém te ama, a forma de dizer o teu nome é diferente..."
Billy, 4 anos.

"Amor é quando tu sais para comer e ofereces as tuas batatinhas fritas sem esperar que a outra pessoa te ofereça as batatinhas dela."
Chrissy, 6 anos.

"Amor é quando minha mãe faz café para o meu pai e toma um gole antes, para ter certeza que está ao gosto dele."
Danny, 6 anos.

"Se queres aprender a amar melhor, deves começar com um amigo de quem não gostas."
Nikka, 6 anos.

"Quando contas a alguém alguma coisa feia sobre ti próprio, e ficas com medo que essa pessoa por causa disso deixe de gostar de ti, ai ficas mesmo surpreendido, quando descobres que não só te continuam amando, como ainda te amam mais!"
Samantha, 7 anos.

"Há dois tipos de amor: o nosso amor e o amor de Deus. Mas o amor de Deus consegue juntar os dois."
Jenny, 4 anos.

"Amor é quando a nossa mãe vê o nosso papai chegar suado e mal cheiroso,e ainda diz que ele é mais bonito que o Robert Redford!"
Chris, 8 anos.

Quando amas alguém, os teus olhos sobem e descem, e pequenas estrelas saem de ti!"
Karen, 7 anos.

"Amor é quando o teu cão te lambe a cara, mesmo depois de o teres deixado sozinho o dia inteiro."
Mary Ann , 4 anos.

Da Tasqueira...

O dia dos namorados pode, a muito Gajo incauto, parecer mais uma tradição idiota, que apenas persiste devido à tradicional avidez das Gajas por prendas caras, jantares românticos e postais com corações.
No entanto, e apesar de as Gajas apreciarem o recebimento de prendas caras, jantares românticos e p... prendas caras, as Gajas são de opinião que o dia dos Namorados é uma estupidez.
E isto porquê? Para onde quer que um Gajo se volte só vê menções ao dia dos Namorados, quando é, onde deve ir, o que deve oferecer, como se deve vestir e o que deve fazer. Assim os Gajos habituam-se a só dar as prendas que as montras/rádio/televisão/internet mandam, quando as montras/rádio/televisão/internet mandam. Depois como é que é suposto eles criarem os mecanismos mentais necessários para que se lembrem de outras datas importantes porêm menos publicitadas (aniversários pessoais, de relação, primeira ida à Unicer) e para que tenham criatividade de comprar prendas que apesar de menos comerciais seriam mais adequadas (digamos... uma viagem surpresa a Barcelona... de Maserati...?)?
Alêm disso, as prendas são, supostamente, mûtuas, outra estupidez. não seria muito mais útil um Dia em que o Namorado é Obrigado a dar à Namorada um Maserati ou outra prenda de igual valor Estético sob Pena de Sofrer Concussões Cranianas Causadas por 10 Quedas Acidentais de uma Impressora Laser?


Disclaimer: neste, tal como em muitos outros posts, onde se lê "as Gajas" deve ler-se "eu"

Da Tribo...



Gostava de ter sido eu a escrever, mas não, foi o Fernando Pinto do Amaral. De qualquer maneira, o homem teve uma existência em alguns pontos um pouco semelhante à minha, parece-me...

MY FUNNY VALENTINE

Cheguei a casa há pouco e amanhã
celebrarei contigo pla primeira vez
esse dia que alguém convencionou
ser para os namorados: eu e tu,
dois seres quase sonâmbulos,
afogados em histórias mal cicatrizadas
que extravasam ao longo de conversas
plas estradas nocturnas por onde fugimos
da vida que nos dói: velhos amores
refulgindo na tua memória,
na minha fantasia que os volta a viver
em ti, por ti, como se também eu
ressentisse na pele o sabor desses beijos
esvaindo-se no tempo, que lhes toca
ao de leve, com lábios de veludo,
e os arrasta num caudal de espectros,
de vagas silhuetas, na penumbra
que foi a minha vida até chegar a ti.

Pareces tão real, ainda mais real
que as ondas desse mar sempre tão cúmplice
durante as poucas horas absorvidas
entre um bar sem ninguém e o silêncio
dentro do carro, ali onde abrigámos
a nossa mágoa, a sós, fora do mundo,
e o peso gelado de um remorso
até explodir, baixinho, sob um véu de lágrimas
nos teus e nos meus olhos. Não adianta,
a vida sabe sempre acontecer
quando menos esperamos, em segredo,
e eu regresso a ti, num arrepio sem glória,
mas tão preso ao destino que nos coube,
à música do cosmos antes de nascer,
enquanto alguém dedilha num piano
os acordes febris que estilhaçam a noite
e escorrem pouco a pouco dos meus lábios
como a baba de um anjo alucinado
que só por tua causa enfim reconhecesse
o rosto mais fiel do paraíso.

Estou mas tranquilo, agora, sei que dormes
algures nesta cidade venenosa:
consigo mesmo ouvir daqui a tua
respiração submersa,
tão perto de outro corpo e já tão dentro
da minha alma. O sol nasceu,
a casa está vazia e amanhã
é dia dos namorados.



Do Carta de Amor...

My funny valentine
Sweet comic valentine
You make me smile with my heart
Your looks are laughable
Unphotographable
Yet you’re my favourite work of art

Is your figure less than greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?

But don’t change a hair for me
Not if you care for me
Stay little valentine stay
Each day is valentine’s day

Is your figure less than greek
Is your mouth a little weak
When you open it to speak
Are you smart?

But don’t you change one hair for me
Not if you care for me
Stay little valentine stay
Each day is valentine’s day
"

Dos Marretas...

Homens preferem amores lúdicos e desinteressados.
Queriam o quê? Que preferíssemos “amores pudicos e desinteressantes”?

Do Little Black Spot...

Tu estás livre e eu estou livre
e há uma noite para passar
porque não vamos unidos
porque não vamos ficar
na aventura dos sentidos

Tu estás só e eu mais só estou
que tu tens o meu olhar
tens a minha mão aberta
à espera de se fechar
nessa tua mão deserta

Vem que o amor
não é o tempo
nem é o tempo
que o faz
vem que o amor
é o momento
eu que eu me dou
em que te dás

Tu que buscas companhia
e eu que busco quem quiser
ser o fim desta energia
ser um corpo de prazer
ser o fim de mais um dia

Tu continuas à espera
do melhor que já não vem
e a esperança fio encontrada
antes de ti por alguém
e eu sou melhor que nada


António Variações | Canção do engate

é desta noite que falo, nela me desdobro, percorro-lhe os túneis e os subterrâneos, reconheço-lhe os cantos escuros, ausculto os seus silêncios. por vezes é apenas insónia, por vezes é apenas saudades do mar ou do rio, por vezes apenas um rumor que me recorda que os deuses esquecidos ainda vagueiam por aí. nos corpos em busca de algo. de um sossego, um abraço, uma febre. é assim o amor.

.

Os textos a seguir não foram mandados para o mail da "A Tasca", mas completam esta colectânea.

XIX

Usavas um saia casaco azul, ou verde de algodão, já várias vezes pensei em mandar fazer um igual, ou talvez a tua amiga que usa o mesmo número ainda o tenha. Falaram-me da costureira Oráculo que é capaz de repetir um fato, um momento, a palavra como da primeira vez. A mim, que não sei datas, que falho sempre a hora certa, vai me dar uma grande ajuda, dir-me-à também qual a roupa do ano que vem e terei assim seguro todo o passado e todo o futuro. Enquanto não sei a morada viverei nesta incerteza, vou reparar na cor da tua roupa de hoje e tocar o teu tecido. Da outra vez era de algodão cardado, ou seria lã angorá, mas, ah, lembro tudo o mais. Desta vez vou pedir ajuda à especialista em tecidos para não errar a memória.



PC, A Natureza do Mal

XVIII

Terríveis são as simples palavras que alimentam o amor das mulheres. A evitar completamente, se me entendem, e já que perguntam. Viram 21 gramas? Como ela ficava quando o transplantado lhe vem declarar aquele afecto agradecido. Ela explica, quase enlouquecida, que não se pode dizer aquilo a uma mulher. Sim, tinha havido as mortes e a mulher estava de luto. O problema é que muito cedo, na vidas das raparigas, há uma morte. Nos olhos das mulheres habita um homem que não há. Mas não se iludam: elas não se conhecem pelos olhos.



Luís, A Natureza do Mal

XVII

Já passou algum tempo desde aquele dia.

Parece que passaram anos dolorosos e solitários. Mas dói como se tivessesido ontem.
Não posso parar para pensar. Sei que devo apenas continuar. Com os sorrisos forçados, as mentiras inocentes, as lágrimas escondidas, os choros retraídos e as olheiras disfarçadas. As falsas garantias de que está tudo bem.
Não está nada bem e custa admitir. Disfarçar até ao ponto de me convencer a mim própria que já passou.
E para quê? Para descobrir que estou ainda pior do que pensava.
Não estou sozinha, mas estou perdida. Como uma sombra na multidão.
Vêm momentos extraordinários em que digo a mim mesma que só faltas tu para estar tudo perfeito. Um ligeiro sorriso, sincero mas passageiro.
Contigo o mundo podia até ser a preto e branco. A música podia perder a melodia, a harmonia e o ritmo.Podia deixar de ser música. O perfume podia deixar de ser perfume. O tempo podia parar e a vida acabar. Tu estavas sempre lá.

Só que já não estás. É tão simples quanto isso. Mas dói.



Inês, O Divã de Portugal


XVI

Pois é, o AMOR! Tenho visto muita gente falar de amor por este dia! Mas este dia quanto a mim não é de amor! É o dia dos namorados e quantos de nós já namoraram sem amor? E quantas vezes isso aconteceu? E durante esses namoricos quantos de nós chegaram ao dia 14 de Fevereiro e nem sequer ponderaram essa hipótese de amar durante a procura de uma prenda especial para o dia dos namorados?
Eu não tenho muito a dizer sobre este tema, mas por favor, antes de comprarem uma prenda para este dia pensem se realmente o AMOR existe no meio da vossa relação! Se não estão a ficar mais pobres (as prendas estão caras) por razão nenhuma! Se querem sexo, (atenção que vou ser curto e grosso) VÃO ÀS .... (vocês sabem do que é que eu estou a falar)



Eskinado, A Tasca

XV

É tão bom, levantar-me e sentir que hoje vai haver sorrisos.

Aquelas faces iluminadas pelo prazer de um presente de quem mais amamos. E de quem mais nos ama.

Acima de tudo, o amor que resplandece nos olhos dos amantes, no calor de um beijo trocado.

Seja escondido num vão de escada.

Seja no meio de uma praça pública.

Seja um beijo mal trocado, inexperiente.

Seja o primeiro, o último.

Um beijo de mascarados, o tempo é pouco.

Um beijo amado.

Profundo, frio!

Mas seja!

Pode ser único.

Ou…

Ah e claro, vamos ver-nos? Vamos amar-nos mais uma vez escondidos? Já que somos um segredo, não existimos. Quero ver-te outra vez, abraçar-te!

Até logo.



Álvaro Punhal, Contrariedades

XIV

Nos bastidores não vês ninguém,
entras em cena, sem leme, sozinha.
quando te vês em palco, serás quem?
Mexes sentimentos humanos, cozinha
onde se destilam amores impossíveis.

Crias sorrisos, em momentos negros.
Esqueces o passado, no ontem duro.
Aqueces o mundo com segredos
de mundos felizes, amor seguro.
Lágrimas salgam os momentos.

S. Valentim, vejo-te em cada olhar
em cada casal de jovens namorados
amam a vida, insistem em sonhar.
Fragmentos, inesquecíveis, recordados
no calor do dia que te é dedicado.



Filipa Amado, Contrariedades

XIII

No medo deste dia, sentado no balcão de um bar, bebo sem qualquer objectivo.
Afinal de contas, é um dia igual aos outros.

Para mim.

Desde que partiste, nada mais voltará a ser o que era. E sorrio, nostalgicamente perante o espelho, do outro lado do balcão. Á minha volta, existem almas soterradas no mesmo mundo que eu.

Mascarados? Será altura? Ou a carcaça humana que escolheram encobre as mágoas?

Sem dúvida, os momentos que passámos naquele local, o nosso local, onde deixámos tudo de nós, e abraçámos a vida.

Neste dia.

Noutro ano.

Só tenho pena, este dia além de ser o dia que é devia ser um dia para todos.

Mas nem todos podem ter tudo.

Ainda te amo!



Augusto Fonseca, Contrariedades

XII

É difícil falar sobre isto, na medida em que neste momento sou uma pedra, reneguei-me um bocado ao mundo dos amantes. Sei o que significa, sei que é bom. Agora, que mete medo mete. Não o consigo negar.

Num dia como este, ver uma pessoa infeliz, ver um velho no jardim, sozinho. Ver um jovem a quem o futebol destruiu a vida a beber ao balcão. A ver um senhor viúvo a sofrer.

Este dia é ingrato.

Este dia deveria ser de cada um de nós, quando achássemos bom e bonito, dizermos "Amo-te, quero que hoje seja o nosso dia."

Só escolhi um pouco ver a parte má do dia no sentido em que sei que todos os bloggers que se dedicassem a falar sobre isto o iriam fazer de uma forma bonita, sincera, do que sentem, na medida em que é difícil ver o lado mau de um dia como este.

Eu tentei. Consegui.



Francisco Ventura, Contrariedades

XI

E o que é o Dia dos Namorados? É apenas mais um modismo comercial - injectado à pressão pelas cadeias de retalho e demais lojas franchisadas na relação mais ou menos apaixonada de cada casal - que se vem juntar ao Pai Natal e ao emergente Halloween.

Esquecidos ficam os presentes para o menino Jesus ou o dia de Todos os Santos. E este esquecimento, esta negação, não são mais do sinais dos tempos, sintomas da nossa americanização crescente, alimentada diariamente por Hollywood e pelas séries juvenis e infantis que ocupam quase todo o espectro mediático que nos rodeia e absorve, como se as tradições e a cultura dos Estados Unidos mais não fossem do que um eucaliptal frondoso que tudo seca à sua volta, por entre microwave pop-corn, Pizza Hut slices e Macdonald burgers.

O dia dos Namorados é uma farsa.

O dia dos Namorados mais não é do que uma invenção dos publicitários no sentido de se recriar um Natal dos apaixonados - apenas uma outra oportunidade mais para nos possam vender férias, jantares românticos, telemóveis, jóias, livros e discos.

Há que dizer basta. Há que parar e dizer que se o dia 14 é o dia convencional dos Namorados então isso faz com que todos os outros dias do ano sejam dias dos não-Namorados. E isso não é verdade.

O dia dos Namorados é quando os enamorados assim o entendem, não é quando alguém, animado unica e exclusivamente pelo lucro, assim o entende. É preciso saber resistir. E dizer bem alto e sem medos, que, com os altos e baixos próprios de cada relação, todos os dias são dias nossos, e só nossos. Nossos e de mais ninguém.



Alexandre Monteiro, No Arame




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