segunda-feira, dezembro 08, 2003

E assim, continuando...

... o nervoso apoderava-se totalmente de mim. Completamente. Porque a guitarra para mim, é um prolongamento de mim próprio. Faz parte de mim. Quando estou triste toco. Quando estou contente toco. Quando não sinto toco. E ela é um apêndice tão importante como um braço ou uma perna, com a vantagem de expressar o que sinto com muita clareza e alívio. Às vezes, quando não sei o que sinto, toco. E descubro.

(foi assim que me apaixonei por ti rapariga, e tu nem sabes)

A primeira que toquei era minha. Original. Também fazia parte de mim. Tinha sido feita a pensar nela, que nem o sabia, e isso aumentava o meu nervoso. Mas quando a toquei, e ambas (incluindo ela) me elogiaram a música, e perguntaram de quem era, e ela olhou-me de soslaio e disse que se sentia arrepiada, o gelo quebrou. O nervoso estava lá, os dedos continuavam a tremer e os acordes a estremecer, mas eu já estava solto. E toquei toquei toquei, nunca imaginara como seria tão bom levantar-me com pressa de me ir embora, e ver dois pares de olhos lindos a pedirem que fique, dois pares de braços que me agarravam para não me deixar fugir, duas bocas que manifestavam os sentimentos lindos e profundos que ecoavam dentro dos seus corpos... "só mais uma, só mais uma!"...

(atenção, não estou a falar de uma ménage à trois, se tens dúvidas, relê!)

Enfim, toquei uma panóplia infindável de músicas. E soube-me mesmo bem.

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