sábado, janeiro 17, 2004

Amizade

Também eu vi essa série. E por curioso que pareça, as mesmas dúvidas surgiram na minha cabeça, inclusivé algumas pelas mesmas palavras que o Moelas utilizou. A Amizade quando é verdadeira passa por tudo. E tem de tudo. Porque é tudo. Tem muitas coisas boas e, infelizmente, também algumas coisas más. Este, provavelmente, vai ser o último post que eu escrevo sobre este assunto, nos próximos tempos, porque invariavelmente iria recorrer a situações do dia-a-dia, algumas muito frescas. E o que se tem a dizer, diz-se na altura, e felizmente não foi preciso guardar nada para um post ou para um comentário ou para uma mensagem ou o que fosse, porque o que foi dito, foi dito.

Mas a Amizade passa também por perdoar. E perdoar não é só dar o primeiro passo, e avançar com desculpas e reconhecimentos de responsabilidade, nem é só o aceitar de desculpas, por si só. É um processo, conjunto. E é o reconhecer que o que acontece, não acontece nunca sozinho, e por si só.

O senso comum diz-nos para não fazermos aos outros, o que não gostaríamos que nos fizessem a nós. E isto é regra para qualquer Amizade. Porque se um amigo me faz alguma coisa, e pede desculpa, é porque reconhece o erro. Mas eu devo também ver se foi por minha culpa também, que o outro errou. Isto não é o retirar ou minimizar de culpas de ninguém, nem sequer um "relativizar" de culpas, mas sim um reconhecimento de responsabilidades. Eu sei que agi mal. Mas também sei que não agi assim porque me apeteceu. Tal como o outro deve pensar Eu estou magoado com a atitude. Mas essa atitude não surgiu do nada, e alguma coisa a fez despoletar. Ou por razões exteriores a mim. Ou por mim.

No fim de contas, a mágoa fica sempre. Esta sim é que pode ser relativizada, ou eventualmente minimizada. Se alguma vez desaparece? Não sei. Mas que pode ser minimizada? Não sei também. Porque é algo que requer duas (ou mais) vontades.

"Irmãos de armas" uma vez, irmãos de armas para sempre.

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