quinta-feira, janeiro 29, 2004
Haja vergonha!!!
Uma pessoa realmente está sempre a aprender. Eu pensava que o Zé Manel servia apenas a interesses mais "locais", como o monsieur Belmiro (ou señor, visto que agora está tudo virado para nuestros hermanos), mas começo a suspeitar que se internacionalizou.
Este texto é a tentar gozar-nos a todos, só pode. Fazer-nos de parvos. Houve aí uma altura em que eu quando me queria armar em parvo, mentia sobre qualquer coisa e depois desculpava-me dizendo que "não menti, apenas omiti". Enganos não são mentiras? Então mas e as consequências desses "enganos"? Um país foi invadido, criaram-se divisões na NATO, influenciou-se e manipulou-se deliberadamente a opinião pública (aquela "heroína" ou "mártir" que afinal tinha sido alvejada pelos próprios colegas, isto para não falar nestes relatórios que "não foram manipulados, eram apenas totalmente baseados em informações falsas"), um homem (David Kelly) suicidou-se, sem contar com os outros tantos e tantas que morreram, dos dois lados da frente de batalha.
E o livro e as declarações de Paul O'Neill, também não contam? Mas afinal de conta, mentiu-se efectivamente, ou não se mentiu? Se o Iraque já era alvo desde o primeiro dia da Administração Bush, não se mentiu quando se utilizou o 11 de Setembro como "gatilho" da invasão? E as declarações de Colin Powell?!? Quem é que tem esta tremenda lata -> "há menos de um ano, o secretário de Estado foi ao conselho de segurança da ONU garantir que o Iraque tinha armazenado armas proibidas em larga escala e disse que o regime de Saddam Hussein possuía, entre outras coisas, entre 100 a 500 toneladas de agentes de armas químicas. Ontem disse que a existência do arsenal proibido de Saddam é "uma questão em aberto".
ENGANOS NÃO SÃO MENTIRAS?
E MENTIRAS, NÃO SÃO MENTIRAS?
E parece-me que no meio de tanta verborreia, o Zé Manel lá para o fim do texto pôs mão na consciência e lá viu a anormalidade do que estava a escrever, e tentou concluir com algo do género "epah coitadinho do Blair, do Bush e dos outros todos, epah eles foram enganados! Agiram de boa fé! E além disso o que interessa é se o mundo é ou não um lugar melhor agora"; se o mundo é ou não um lugar mais seguro, muito sinceramente não faço ideia, agora o certo é que todas estas atitudes e condutas terão repercussões fortes num futuro muito próximo e num futuro próximo e num futuro a médio e longo prazo (isto assim muito bem explicadinho, ponto por ponto, "futuro" por "futuro"); e se todos os Zé Manéis deste mundo pensarem que realmente esse último argumento do "mundo ser um lugar melhor agora" pode desculpar tudo o resto, primeiro esse argumento é falível e impossível de ser (com)provado; segundo, há poucos lemas piores do que o de "os fins justificam os meios"; a mentira, o engano, tudo o que eu escrevi em cima, tudo foi uma afronta e uma tremenda falta de moral e de ética, desde as "razões" que levaram ao início da guerra, passando pela guerra em si, acabando na procura desenfreada de uma justificação MINIMAMENTE plausível para o que se fez, para as pessoas que se pisaram, para as mentiras que se proferiram, para as divisões que se criaram.
Este texto é a tentar gozar-nos a todos, só pode. Fazer-nos de parvos. Houve aí uma altura em que eu quando me queria armar em parvo, mentia sobre qualquer coisa e depois desculpava-me dizendo que "não menti, apenas omiti". Enganos não são mentiras? Então mas e as consequências desses "enganos"? Um país foi invadido, criaram-se divisões na NATO, influenciou-se e manipulou-se deliberadamente a opinião pública (aquela "heroína" ou "mártir" que afinal tinha sido alvejada pelos próprios colegas, isto para não falar nestes relatórios que "não foram manipulados, eram apenas totalmente baseados em informações falsas"), um homem (David Kelly) suicidou-se, sem contar com os outros tantos e tantas que morreram, dos dois lados da frente de batalha.
E o livro e as declarações de Paul O'Neill, também não contam? Mas afinal de conta, mentiu-se efectivamente, ou não se mentiu? Se o Iraque já era alvo desde o primeiro dia da Administração Bush, não se mentiu quando se utilizou o 11 de Setembro como "gatilho" da invasão? E as declarações de Colin Powell?!? Quem é que tem esta tremenda lata -> "há menos de um ano, o secretário de Estado foi ao conselho de segurança da ONU garantir que o Iraque tinha armazenado armas proibidas em larga escala e disse que o regime de Saddam Hussein possuía, entre outras coisas, entre 100 a 500 toneladas de agentes de armas químicas. Ontem disse que a existência do arsenal proibido de Saddam é "uma questão em aberto".
ENGANOS NÃO SÃO MENTIRAS?
E MENTIRAS, NÃO SÃO MENTIRAS?
E parece-me que no meio de tanta verborreia, o Zé Manel lá para o fim do texto pôs mão na consciência e lá viu a anormalidade do que estava a escrever, e tentou concluir com algo do género "epah coitadinho do Blair, do Bush e dos outros todos, epah eles foram enganados! Agiram de boa fé! E além disso o que interessa é se o mundo é ou não um lugar melhor agora"; se o mundo é ou não um lugar mais seguro, muito sinceramente não faço ideia, agora o certo é que todas estas atitudes e condutas terão repercussões fortes num futuro muito próximo e num futuro próximo e num futuro a médio e longo prazo (isto assim muito bem explicadinho, ponto por ponto, "futuro" por "futuro"); e se todos os Zé Manéis deste mundo pensarem que realmente esse último argumento do "mundo ser um lugar melhor agora" pode desculpar tudo o resto, primeiro esse argumento é falível e impossível de ser (com)provado; segundo, há poucos lemas piores do que o de "os fins justificam os meios"; a mentira, o engano, tudo o que eu escrevi em cima, tudo foi uma afronta e uma tremenda falta de moral e de ética, desde as "razões" que levaram ao início da guerra, passando pela guerra em si, acabando na procura desenfreada de uma justificação MINIMAMENTE plausível para o que se fez, para as pessoas que se pisaram, para as mentiras que se proferiram, para as divisões que se criaram.