terça-feira, janeiro 27, 2004
Números / Pessoas
Durante o dia de hoje, deparei-me com algumas estudantes universitárias, todas com a mesma marca.
Não, não traziam vestidas o mesmo tipo de calças da Salsa, nem usavam a mesma camisola da nova colecção da Mango, tão-pouco eram as mesmas carteiras Pierre Cardin que levavam a tiracolo...
...tinham um olho negro, e o semblante carregado.
Talvez um azar, talvez uma queda acidental, quiça apenas uma (bizarra) coincidência... mas ali, naquele momento, os números das estatísticas ganharam olhos (um olhar...), boca (cerrada), um corpo (retraído), um pensamento (fechado), uma história que grita lá dentro, amordaçada pelo medo.
Na minha opinião, a discussão da validade das estatísticas sobre determinados assuntos, é completamente irrelevante; seja 5, 10 ou 50% a percentagem de mulheres e homens que sofram violência "por amor", o único pensamento em mente deverá ser o de resolver este flagelo.
Ou poderemos considerar menos importante este problema se for apenas uma mulher/homem a ser espancada/o, ou 200 mulheres/homens?
(a quem respondeu que efectivamente é menos importante, sugiro que da próxima vez que virem uma mulher/homem nesta situação, pensem com muita força e se convençam que esse caso é o único que existe... e vejam se isso diminui a dor e a revolta - a dela/dele, e a vossa).
Não, não traziam vestidas o mesmo tipo de calças da Salsa, nem usavam a mesma camisola da nova colecção da Mango, tão-pouco eram as mesmas carteiras Pierre Cardin que levavam a tiracolo...
...tinham um olho negro, e o semblante carregado.
Talvez um azar, talvez uma queda acidental, quiça apenas uma (bizarra) coincidência... mas ali, naquele momento, os números das estatísticas ganharam olhos (um olhar...), boca (cerrada), um corpo (retraído), um pensamento (fechado), uma história que grita lá dentro, amordaçada pelo medo.
Na minha opinião, a discussão da validade das estatísticas sobre determinados assuntos, é completamente irrelevante; seja 5, 10 ou 50% a percentagem de mulheres e homens que sofram violência "por amor", o único pensamento em mente deverá ser o de resolver este flagelo.
Ou poderemos considerar menos importante este problema se for apenas uma mulher/homem a ser espancada/o, ou 200 mulheres/homens?
(a quem respondeu que efectivamente é menos importante, sugiro que da próxima vez que virem uma mulher/homem nesta situação, pensem com muita força e se convençam que esse caso é o único que existe... e vejam se isso diminui a dor e a revolta - a dela/dele, e a vossa).