sábado, janeiro 31, 2004
Xpto
Posso concluir que o meu estado de espírito normal é catársico-melancólico. Nos dias em que eu esteja aparentemente feliz e/ou que não tenha consciência de todo e qualquer defeito que me compõe, numa caminhada infrutífera de descoberta interior e respectiva purgação, são dias em que eu não sou eu.
Porque é que teimo em (tentar) esconder-me de mim próprio? Esforço-me e iludo-me "trilhando o meu próprio caminho", mas o meu destino parece fatalmente traçado.
Há dias em que as caras não passam de manchas. Não reconheço um rosto, perco-me nos sentidos, deixo-me levar pelos sentimentos que tomam o controlo sobre mim. Quero, não quero. Apetece-me, não me apetece. Sonho, vivo. Vivo, morro.
Não tenho certezas, deixo-as em casa em cima da mesa, junto às chaves de casa e aos sonhos perdidos, não me posso esquecer de vestir o casaco da frieza, lá fora está um tempo narcótico. Saio pela janela, desço pelo corrimão com Dante, saio num dos sete (afinal qualquer um me serve), viro à esquerda, deixo-me envolver pelo teu silêncio (pressinto que estás perto), olho para o alto e abre-se um abismo até à lua.. não quero cair, caio. A vertigem faz-me regorgitar a Maçã de Adão, ela agora rebola no chão, símbolo do peso que levo comigo.
Ele, banha-se com Beatriz. Eu, deixo-me ficar por aqui, sou uma sombra... (ou antes fosse)
(mais puro agora? não.)
Porque é que teimo em (tentar) esconder-me de mim próprio? Esforço-me e iludo-me "trilhando o meu próprio caminho", mas o meu destino parece fatalmente traçado.
Há dias em que as caras não passam de manchas. Não reconheço um rosto, perco-me nos sentidos, deixo-me levar pelos sentimentos que tomam o controlo sobre mim. Quero, não quero. Apetece-me, não me apetece. Sonho, vivo. Vivo, morro.
Não tenho certezas, deixo-as em casa em cima da mesa, junto às chaves de casa e aos sonhos perdidos, não me posso esquecer de vestir o casaco da frieza, lá fora está um tempo narcótico. Saio pela janela, desço pelo corrimão com Dante, saio num dos sete (afinal qualquer um me serve), viro à esquerda, deixo-me envolver pelo teu silêncio (pressinto que estás perto), olho para o alto e abre-se um abismo até à lua.. não quero cair, caio. A vertigem faz-me regorgitar a Maçã de Adão, ela agora rebola no chão, símbolo do peso que levo comigo.
Ele, banha-se com Beatriz. Eu, deixo-me ficar por aqui, sou uma sombra... (ou antes fosse)
(mais puro agora? não.)