segunda-feira, março 22, 2004
Como o Blog mudou a minha vida - Confissões
O sexo feminino evitava-me.
Eu bem tentava. Com o que estava ao meu alcance, claro.
Afinal de contas, eu nem era muito feio. Não era musculado, mas ao menos não era gordo. Tentava ser simpático, um bom amigo, sincero, honesto e íntegro; era amigo das artes, ia todas as semanas ao cinema, ao teatro, ouvir poesia e a concertos, fazia teatro e recitava poesia, escrevia poemas, escrevia música e tocava-a, inventava mil e uma surpresas românticas, comprava flores, segurava a porta para passarem primeiro, era bem educado, bebia socialmente, não dizia palavrões, aprendi a cozinhar e não as deixava fazer nada que eu pudesse fazer por elas. Praticava desporto, jogava bem quando elas viam, dedicava golos e vestia um equipamento preto com a glória dos anos e com o número 10. As mães adoravam-me e os pais ainda mais. Apareci na televisão, jantei com o Presidente da República, em directo do Palácio de Belém para o resto do país. Participei num debate na rtp sobre a SIDA, fui presidente temporário da associação de estudantes da minha escola, estive na direcção da mesma. Trabalhei num programa semanal na rádio, cheguei a fazer um livro, do nada, para oferecer, viajava quilómetros de comboio se fosse preciso só para fazer aquela surpresa (que às vezes era só um jogo de basket), tirava boas notas, tinha cultura. Ia ao ginásio. Oferecia prendas caras. Pagava sempre tudo.
Mas nada de nada. Cada vez mais evitável.
...
Agora sou charmoso e irresistível... tenho um blog!
Eu bem tentava. Com o que estava ao meu alcance, claro.
Afinal de contas, eu nem era muito feio. Não era musculado, mas ao menos não era gordo. Tentava ser simpático, um bom amigo, sincero, honesto e íntegro; era amigo das artes, ia todas as semanas ao cinema, ao teatro, ouvir poesia e a concertos, fazia teatro e recitava poesia, escrevia poemas, escrevia música e tocava-a, inventava mil e uma surpresas românticas, comprava flores, segurava a porta para passarem primeiro, era bem educado, bebia socialmente, não dizia palavrões, aprendi a cozinhar e não as deixava fazer nada que eu pudesse fazer por elas. Praticava desporto, jogava bem quando elas viam, dedicava golos e vestia um equipamento preto com a glória dos anos e com o número 10. As mães adoravam-me e os pais ainda mais. Apareci na televisão, jantei com o Presidente da República, em directo do Palácio de Belém para o resto do país. Participei num debate na rtp sobre a SIDA, fui presidente temporário da associação de estudantes da minha escola, estive na direcção da mesma. Trabalhei num programa semanal na rádio, cheguei a fazer um livro, do nada, para oferecer, viajava quilómetros de comboio se fosse preciso só para fazer aquela surpresa (que às vezes era só um jogo de basket), tirava boas notas, tinha cultura. Ia ao ginásio. Oferecia prendas caras. Pagava sempre tudo.
Mas nada de nada. Cada vez mais evitável.
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Agora sou charmoso e irresistível... tenho um blog!