sábado, março 27, 2004

Flagrantes da vida real #3

Por falar em professor, há situações pelas quais nunca ninguém deve passar.

Ora bem, há uns dias fui almoçar ao Quim dos Ossos, célebre tasca cá de Coimbra, elevada agora a ponto de passagem obrigatório para qualquer turista. E verdade seja dita, com muita justiça, a comida além de barata, é em grande quantidade e qualidade. E, como em qualquer tasca que se preze, não pode faltar o tinto para acompanhar a refeição. E enquanto comia uma deliciosa carne de porco à alentejana, bebia um famosérrimo vinho "Souzellas" (reparem no pormenor do "z" e do duplo "l").

Como é óbvio, eu e o meu amigo bebemos um bocado demais, e as respectivas bexigas começaram a clamar por misericórdia. Isto por altura da nossa chegada à faculdade.

No momento em que caminhávamos em direcção à casa de banho, eis que surge, diante de nós, um dos mais conceituados professores daquela faculdade. Dirigia-se precisamente à mesma casa de banho que nós. Arriscámos.

E que experiência traumatizante; ainda estavam os urinóis a distância considerável, já o inatingível professor estava a baixar as armas, e a falar connosco de modo cordial e informal, enquanto deixava escapar para fora o falo. Sim, foi muito esquisito. Nunca pensei estar num urinol lado a lado com um professor, o que valeu foi que o meu amigo que também participava na amena cavaqueira e, porque não dizê-lo, "mijaneira", não entrou em jogos de "engraxamento" e de considerável aumento do desnível da situação, como por exemplo, o ditar de certas frases na onda do "Que belo instrumento tem aí, professor doutor!".

O homem entretanto saíu da casa de banho, e comentei com o meu amigo que nunca na vida me tinha acontecido algo igual, e que provavelmente iria precisar de acompanhamento e tratamento, isto se não fôssemos gozados pelos nossos colegas que estavam à porta da casa de banho, a cumprimentar o professor com um solene aperto de mão. Ao que ele respondeu que quem se ia rir éramos nós. O professor não tinha lavado as mãos. (por isso é que não fui fazer a frequência dele, mal por mal prefiro fazer um exame sujo do que duas frequências sujas!)

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