sábado, março 20, 2004
A pensar em ti... II
O mais carnal que se passara entre nós tinha sido ao nível do olhar. A tensão sexual entre nós era tanta, que nenhum arriscava um toque, por mais "pretensiosamente inocente" que fosse. Mas pelo olhar... oh quantas vezes já tinhamos rasgado insanamente a roupa um ao outro, para depois te deixares ser empalada... que violência.
Mas tudo muito platónico, claro está. Como seria possível essa gravidez?
"Trespassaste-me o coração com a tua presença. Aliás, que se foda o coração! Que nunca o tive! Mas arrancaste-me a alma, sem pedires licença deixaste-me a esvair em sangue... e nem sequer voltaste para estancar a ferida. Amaldiçoaste-me. E, enquanto doer, vou amar todos os homens, e deixá-los criar em mim o mais duro dos infernos, vou fazê-lo crescer, na esperança (que também nunca a tive) de que um dia, quando menos esperares, sofras cada bocadinho de mim que se sente assim. No entretanto já amei alguns. E sempre, sempre a pensar em ti. Não estava com eles, estava contigo. A pensar em ti. Isto que trago dentro de mim, é teu."
Mas tudo muito platónico, claro está. Como seria possível essa gravidez?
"Trespassaste-me o coração com a tua presença. Aliás, que se foda o coração! Que nunca o tive! Mas arrancaste-me a alma, sem pedires licença deixaste-me a esvair em sangue... e nem sequer voltaste para estancar a ferida. Amaldiçoaste-me. E, enquanto doer, vou amar todos os homens, e deixá-los criar em mim o mais duro dos infernos, vou fazê-lo crescer, na esperança (que também nunca a tive) de que um dia, quando menos esperares, sofras cada bocadinho de mim que se sente assim. No entretanto já amei alguns. E sempre, sempre a pensar em ti. Não estava com eles, estava contigo. A pensar em ti. Isto que trago dentro de mim, é teu."