segunda-feira, março 08, 2004

Quadratura do Círc(ul)o - III

Como é que é possível que num país democrático, um estado de direito, igualitário e não discriminatório, ainda haja pessoas que não se indignem com este caso.

Para Pacheco Pereira, como já referi, o absurdo da situação foi ter-se escrito o que se escreveu. Não porque pudesse ter sido escrito de outra maneira, mas sim porque mais valia fazer as coisas na clandestinidade e ninguém tinha nada a ver com isso. Porque, para ele, como é que deficientes podiam entrar num campo e correr de um lado para o outro? Não sei se é devido à nítida ignorância que Pacheco "cultiva" sobre o futebol, mas o facto é que aquelas crianças vão entrar em campo com os seus ídolos, tirar a fotografia da praxe, ver um jogo de futebol. Quem vai jogar à bola são mesmo os atletas! Não as crianças! Mas se isto ainda se pode compreender (cof cof... ai esta tosse) devido à tal "ignorância", há coisas que são imperdoáveis. Falava ele nos "deficientes" "deficientes" "deficientes"... tudo no mesmo saco. Oh homem, então mas um deficiente auditivo é igual a um deficiente motor? E dentro dos deficientes motores, não podemos ter vários tipos de deficiências, e em várias zonas do corpo? E os deficientes mentais, são todos uns vegetais que têm de ser levados ao colo para se deslocarem, ou todos uns animais selvagens que tenham de estar em constante vigilância e de preferência numa cela para não perturbarem o pequeno mundo perfeito de alguns "iluminados"?

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