sábado, abril 17, 2004
17 de Abril #2
Um mês mais tarde a Direcção Geral da Associação Académica de Coimbra eleita é convidada para a cerimónia de inauguração do edifício das Matemáticas da Faculdade de Ciências. A DG não só aceita o convite como afirma publicamente a intenção intervir na cerimónia proferindo algumas palavras de descontentamento sobre a situação do ensino da Universidade de Coimbra e no resto do país.
"Em conversa tida com o Magnifico Reitor expusemos conjuntamente (Associação Académica de Coimbra e a Junta de Delegados das Ciências), a nossa pretensão em nos fazermos ouvir. Foi-nos alegado:
1. O Magnífico Reitor ao discursar, representava a Universidade;
2. A possibilidade de um estudante falar vinha prejudicar as prescrições protocolares; 3. O senhor presidente da república tinha de visitar o edifício, o que não lhe permitia um alargar da secção; … verdadeiramente conscientes, dum dever irmos esgotar todas as vias para que os estudantes, estando presentes, possam participar na sessão inaugurativa"
Na manhã de dia 17 de Abril de 1969 vivia-se em frente ao Departamento de Matemática um cenário pouco característico para uma ditadura, onde as palavras de ordem eram: "Impõe-nos o diálogo de silêncio", "Intervenção das AEs na vida e reforma da Universidade", "Ensino para todos", "Estudantes no Governo da Universidade", "Exigimos Diálogo", "Democratização do Ensino".
No interior do edifício, na actual Sala 17 de Abril, o presidente da DG/AAC, Alberto Martins, acompanhado por Luís Lopes, presidente do TEUC, e Luciano Vilhena Pereira, presidente do CITAC, pede a palavra a Américo Tomás, Presidente da República, que lhe responde de forma inconclusiva.
A cerimónia termina abruptamente e toda a comitiva se retira protegida pelos agentes da Pide/DGS.
Nessa noite Alberto Martins é preso à porta da Associação Académica de Coimbra por volta das duas horas da madrugada.
A notícia da prisão de Alberto Martins corre rapidamente, os estudantes mobilizam-se em frente à esquadra, originando confrontos e feridos. Na manhã seguinte Alberto Martins é libertado. Durante a tarde do dia 18 há Assembleia Magna, resultando na conclusão da necessidade do aumento da participação activa dos estudantes na vida universitária.
"Em conversa tida com o Magnifico Reitor expusemos conjuntamente (Associação Académica de Coimbra e a Junta de Delegados das Ciências), a nossa pretensão em nos fazermos ouvir. Foi-nos alegado:
1. O Magnífico Reitor ao discursar, representava a Universidade;
2. A possibilidade de um estudante falar vinha prejudicar as prescrições protocolares; 3. O senhor presidente da república tinha de visitar o edifício, o que não lhe permitia um alargar da secção; … verdadeiramente conscientes, dum dever irmos esgotar todas as vias para que os estudantes, estando presentes, possam participar na sessão inaugurativa"
Na manhã de dia 17 de Abril de 1969 vivia-se em frente ao Departamento de Matemática um cenário pouco característico para uma ditadura, onde as palavras de ordem eram: "Impõe-nos o diálogo de silêncio", "Intervenção das AEs na vida e reforma da Universidade", "Ensino para todos", "Estudantes no Governo da Universidade", "Exigimos Diálogo", "Democratização do Ensino".
No interior do edifício, na actual Sala 17 de Abril, o presidente da DG/AAC, Alberto Martins, acompanhado por Luís Lopes, presidente do TEUC, e Luciano Vilhena Pereira, presidente do CITAC, pede a palavra a Américo Tomás, Presidente da República, que lhe responde de forma inconclusiva.
A cerimónia termina abruptamente e toda a comitiva se retira protegida pelos agentes da Pide/DGS.
Nessa noite Alberto Martins é preso à porta da Associação Académica de Coimbra por volta das duas horas da madrugada.
A notícia da prisão de Alberto Martins corre rapidamente, os estudantes mobilizam-se em frente à esquadra, originando confrontos e feridos. Na manhã seguinte Alberto Martins é libertado. Durante a tarde do dia 18 há Assembleia Magna, resultando na conclusão da necessidade do aumento da participação activa dos estudantes na vida universitária.