sábado, junho 19, 2004

A não perder

"Pintor que sou, as minhas manchas são lagos em que mergulho e que me oferecem a dissolução do meu corpo previsível"
Júlio Pomar, "Da Cegueira dos Pintores"


Na galeria da Casa da Cultura, em Coimbra, de 4 a 23 de Junho, uma exposição de pintura de Maria Alcina, obras "tendo a figura humana como motivo principal e a mulher como eleita", em que se conjuga a quietude e o silêncio, a intimidade e a sensualidade, a luz, o Bem e o Mal, e o olhar, o olhar de cada mulher que raramente se nos dirige, contrastando com a atitude dos corpos que se nos oferecem, indefesos e entregues ao arbítrio de quem os vê; quebra-se assim a aparente inquietude que as telas sugerem e liberta-se dessa relação tela-olhar, uma tensão latente suscitada pelo nosso voyeurismo e pelo silêncio exibicionista das figuras.

No Museu da Cidade, Edifício do Chiado, na galeria de exposições temporárias, uma exposição de Matilde Marçal, com obras de grande qualidade, de tema bucólico, melancólico e saudosista, não um ponto de partida mas uma reminiscência.

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