quinta-feira, julho 22, 2004

Women

O jovem Rei Arthur caçava furtivamente num bosque do reino vizinho, quando foi surpreendido pelo monarca do mesmo. Nesse tempo, o castigo para quem violasse as leis da propriedade era a morte.
Contudo, comoveu-se perante a juventude e simpatia de Arthur e ofereceu-lhe a liberdade, desde que no prazo de um ano trouxesse a resposta a uma pergunta difícil: "O que realmente querem as mulheres?"

Semelhante pergunta deixaria perplexo até o homem mais sábio e ao jovem Arthur pareceu-lhe impossível respondê-la, mas sendo um destino melhor do que a morte, Arthur voltou ao seu reino e começou a interrogar as pessoas: a princesa, a rainha, as prostitutas, os monges, os sábios, o palhaço da corte... e ninguém soube dar uma resposta convincente. Aconselharam-no então a consultar a velha bruxa, não obstante esta cobrar preços exorbitantes pelos seus serviços.

Chegou o último dia do prazo, e Arthur teve mesmo de recorrer à feiticeira. Esta aceitou dar-lhe uma resposta satisfatória, mas este teria de aceitar o seu preço: casar com Sir Gawaine, cavaleiro nobre da Távola Redonda e amigo íntimo de Arthur. O jovem Arthur olhou-a horrorizado: feíssima, tinha um só dente, desprendia um fedor que causava náuseas até a um animal e fazia ruídos obscenos; nunca vira criatura tão repugnante, e não podia pedir a um amigo de toda uma vida que suportasse carga tão terrível.

Mas ao inteirar-se do pacto proposto, Sir Gawaine afirmou que não era um sacrifício excessivo em troca da vida do seu melhor amigo. A bruxa, de sabedoria infernal, disse: "O que realmente as mulheres querem é serem soberanas de suas próprias vidas!"

A uma verdade tão nítida, o monarca do reino vizinho não colocou entraves e devolveu a liberdade a Arthur... seguiram-se as bodas da bruxa e Sir Gawaine... apesar de toda a tristeza da corte e de Arthur, Sir Gawaine mostrou-se cortês, gentil e respeitador; a bruxa, por sua vez, esteve ao seu melhor: usou dos seus piores hábitos, emitiu ruídos perturbadores e um fedor impossível.

Chegou a noite de núpcias. Quando Sir Gawaine, já preparado para ir para a cama, aguardava a sua esposa, ela apareceu como a mais linda e charmosa mulher que um homem poderia imaginar! Com um sorriso doce, a bruxa explicou-lhe que como ele havia sido cortês com ela, metade do tempo ela apresentar-se-ia com um aspecto horrível e na outra metade com o aspecto de uma linda donzela. Então perguntou-lhe qual ele preferiria para o dia e qual para a noite.

Gawaine começou a pensar.
Poderia ter uma jovem adorável durante o dia para exibir aos seus amigos e à noite, na privacidade do seu quarto, uma bruxa. Ou ter de dia uma bruxa e uma jovem linda nos momentos íntimos da sua vida conjugal.

O nobre Gawaine respondeu que a deixaria escolher por si mesma. Ao ouvir a resposta ela anunciou que seria uma linda jovem de dia e de noite porque ele a tinha respeitado e permitido ser dona da sua vida.

MORAL DA HISTÓRIA
Não importa se a mulher é bonita ou feia, no fundo, é sempre uma bruxa... ela transformar-se-á de acordo com a forma como a tratarmos.

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