terça-feira, fevereiro 08, 2005

O primeiro post nada narcisista da época

Reconheço nas pessoas magníficas o sorriso descansado; a serenidade repousante; a inteligência e o gosto de uma vida inteira; um olhar cansado que é lindo; uma postura que é bela; um bom gosto tremendo; e uma história interessantíssima, que começa quando tomam consciência de si e moldam o mundo à sua perfeição (que se baseia, a espaços, na sua alegre noção da imperfeição que os habita e que teimam em combater), e continua muito depois do silêncio fatal, na memória dos filhos, dos irmãos, dos tios, dos que tiveram o prazer de privar com eles e dos que apenas sonharam com isso. É esta a verdadeira grandiosidade, a que não é esotérica, que os imortaliza e da qual não se apercebem.

Vivem em constante inquietação, inconformados; mas para nós, que somos simples, transborda deles a confiança de uma mãe que embala o filho, e queremos ser melhores. Nem que seja apenas para que um dia, um dia muito depois de nós com eles, possamos agradecer-lhes a dádiva da sua companhia.

(Post para AB, para AS, para CJ, para FA, para JP, para LJ e para SA.)

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