quarta-feira, abril 13, 2005
Recomendo...
...daqui, (quase) tudo. Deixo-vos com dois teasers de um brilhante blog que o sabe ser:
MANUAL DE CIVILIDADE PARA MENINAS
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NO TEATRO
Não ponhais a mão nas calças do vosso vizinho de cadeira, para ver se o bailado lhe dá tesão.
Se notardes que uma bailarina tem o cabelo loiro e os sovacos negros, não pergunteis em voz alta porquê.
Não digais tão-pouco em clara voz: “É aquela morenaça alta que vai para a cama com o papá!” Mormente se a senhora vossa mãe vos acompanhar.
Mesmo dando-se o caso de terdes informações completas acerca dos talentos de toda a companhia, não digais para todo o camarote: “Aquela ali chupa como uma bomba; arruma quantos quer; e a outra, ao lado, é de ser enrabada que ela gosta.”
Se ouvirdes, na peça, gracejos um tanto atrevidos, ou alusões, ou coisas vagas, não vos ponhais a explicá-los às pessoas crescidas, mesmo que estas pareçam não os perceber.
Tão-pouco, devereis perguntar por que razão o belo tenor não fode em cena o soprano, que passa o tempo a cantar como se estivesse a vir. Trata-se de coisas que se não fazem no teatro.
Se o papel do amante for desempenhado por uma mulher travestida, não vos ponhais aos berros no teatro: “Grande fúfia! Língua molhada! Mostra lá a pissa falsa!” e outras frases impertinentes que o público não poderia ouvir sem protestos.
Pierre Louÿs
MANUAL DE CIVILIDADE PARA MENINAS
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NO TEATRO
Não ponhais a mão nas calças do vosso vizinho de cadeira, para ver se o bailado lhe dá tesão.
Se notardes que uma bailarina tem o cabelo loiro e os sovacos negros, não pergunteis em voz alta porquê.
Não digais tão-pouco em clara voz: “É aquela morenaça alta que vai para a cama com o papá!” Mormente se a senhora vossa mãe vos acompanhar.
Mesmo dando-se o caso de terdes informações completas acerca dos talentos de toda a companhia, não digais para todo o camarote: “Aquela ali chupa como uma bomba; arruma quantos quer; e a outra, ao lado, é de ser enrabada que ela gosta.”
Se ouvirdes, na peça, gracejos um tanto atrevidos, ou alusões, ou coisas vagas, não vos ponhais a explicá-los às pessoas crescidas, mesmo que estas pareçam não os perceber.
Tão-pouco, devereis perguntar por que razão o belo tenor não fode em cena o soprano, que passa o tempo a cantar como se estivesse a vir. Trata-se de coisas que se não fazem no teatro.
Se o papel do amante for desempenhado por uma mulher travestida, não vos ponhais aos berros no teatro: “Grande fúfia! Língua molhada! Mostra lá a pissa falsa!” e outras frases impertinentes que o público não poderia ouvir sem protestos.
Pierre Louÿs
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