sexta-feira, maio 20, 2005

falou e disse

O ciúme é uma paixão totalitária, no amor não deveria haver democracia, deveríamos ser todos totalmente fascistas, tão fascistas que a pessoa que amamos deveria ser presa. Nada há de mais angustiante que saber que a amada anda por aí assim, LIVRE! Mas como as situações ideais raramente existem, temos que conviver com esse triste facto e deixar a pessoa libertar-se das masmorras do nosso abraço. Aqui começam as dúvidas. Que andará ela a fazer? Coisa boa não é de certeza. Porque é que não há-de estar toda a gente apaixonada pela nossa pessoa amada, afinal é perfeita, devem estar a fingir…

Como a mentalidade social actual nos impede de ser nazis em relação ao amor, só nos resta uma solução, fazê-lo de uma forma camuflada adoptando a máxima do “Faz o que quiseres, tens liberdade para isso, mas se te apanho mato-te.” E como matar alguém sempre foi uma das maiores provas de amor do ser humano, não era mau de todo. Mas como os fascistas também não podiam fazer tudo o que queriam, os nazis do amor também estão limitados, sobretudo por uma questão estratégica. Ter ciúmes tipo: “ Cada vez que me beijas, parece-me que estás a pensar naquele teu amigo de infância que se suicidou na Ponte de Santa de Clara.”, não é bom. Vai descredebilizar os ciúmes verdadeiramente fundamentados tipo: “ Cada vez que fazemos amor não páras de olhar para o meus poster da Selecção Nacional.” Ter ciúmes não é feio, é lindo. È a abnegação do eu. È dizer: “Acho-te tão irresistível e deliciosa que é impossível não te quererem dar uma trinca, e eu queria-te comer sozinho até ao FIM.”

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