"do actor Pedro Alpiarça, de 49 anos oriundo do teatro universitário e com passagem pela Barraca, hoje mais conhecido pela participação na série "Os Batanetes". Dia 20, de suicídio, saltando do 5º andar do Hospital de Santa Marta, em Lisboa."
se hoje a noite é nossa só tens que estalar os dedos. deixar cair a cabeça para trás, fechar os olhos e deixares-te enredar pelas serpeantes linhas do baixo. dança comigo e volta a ser aquela pessoa que não és, fita-me olhos nos olhos, sorri lascivamente e dá-me de beber do teu suor e da tua saliva. quando os nossos corpos se tocam tu sabes que é esta a música que queres ouvir, não há jeito de pélvis que aguente. hoje a noite é nossa e mordo-te para saberes que é real o gemido que soltas.
há muito tempo que os links da direita estão desactualizados. porque a tasca está a meio-gás, ou por falta de vontade de destruir o glorioso template. mas a pescada fazia falta.
(golo invalidado ao Benfica perto do fim do jogo da 2ª mão da Supertaça 1994/95 disputada no Estádio das Antas. Resultado final: 0-0. O árbitro foi o Sr. Donato Ramos)
"Shouting, "This is YouTube material!" a 27-year-old British man urinated on a dying woman who had collapsed on the street, the BBC and local Hartepool Mail and Northern Echo tell us. He also doused her with a bucket of water and covered her with shaving cream.
The woman, 50-year-old Christine Lakinski, died at the scene of pancreatic failure.
In a sad sign of the times, it was all recorded on a mobile phone.
In court, Anthony Anderson said he had smoked a joint and been drinking with two friends when they spotted Lakinski. He faces jail after pleading guilty to "outraging public decency." Sentencing is set for Oct. 22."
este é um excerto de um filme chamado "trinity and beyond". "trinity" é o nome do local de testes onde decorreu o primeiro ensaio de detonação de uma pequena bomba... de plutónio. este é um documentário incrível sobre a história dos testes de armas nucleares durante os anos de 1945 a 1963, a chamada Era Atómica. Seja pelo conteúdo em si, pelas imagens (até então) classificadas como secretas pelo Governo Americano, seja pela narração de William Shatner ou pela banda sonora executada pela Orquestra Sinfónica de Moscovo, é uma pequena pérola que vale muito a pena.
o desespero de um homem é tão grande e genuíno e romanticamente fatal quanto maior a sua total exiguidade perante a evidência. quando só ele ouve a música das palavras no vazio funesto da sua existência.
às vezes é desse desencanto que saem os poemas e as canções da nossa vida. às vezes. outras, sentimo-nos como os dedos da mão esquerda, cima-baixo-cima-baixo-cima-baixo no mesmo ritmo de sempre, no mesmo trilho de sempre, ainda que a outra tente emprestar o sentido que falta à harmonia. se hoje fechar os olhos te for permitido, não te esqueças de ouvir esta música.
quem pode, com toda a firmeza, dizer dos que sob ele vivem e viveram, das suas estórias, das suas angústias e aspirações... ao fim e ao cabo, quem pode dizer da condição mais íntima de alguém?
queremos (e gostamos de) olhar os outros como se fôssemos realmente anjos, realmente estóicos, realmente omniscientes. pensamos estar do alto da coluna da vitória, a olhar de cima, fazendo juízos de valor sobre berlim que se segrega...
...mas se nem o anjo de wenders o fez e perdeu as asas por amor, quem pode então saber mesmo o que se pensa sob o céu de berlim? quem pode dizer da condição mais íntima de alguém, se não somos mais que o anjo caído e a burlesca trapezista, ao mesmo tempo, principalmente sobre nós próprios.
porque hoje era mais fácil acender-te um cigarro e pedir-te que te cales. tocar-te os lábios com os dedos e sentires o seu sabor. eu sentiria as tuas texturas. os sulcos dos teus lábios, as imperfeições da tua pele. as suavidades, os secos e os molhados. cerrar os olhos como quando se adormece, à espreita do sonho. aperceber-me da tua realidade. percorrer-te e saber-te de cor. não dizer nada, não querer saber de ti, poder ser tudo para ti. teres vertigem de estares ao meu lado, poder explicar-te que está tudo bem. beijar-te as lágrimas. ser(mos) assim para sempre.
e tinham-me dito que ler era o caminho para saber escrever
às vezes escrever parece-me redutor. pelo menos nestes tempos em que escrever já não é "tão natural como a minha sede". quando comecei a escrever, contavam-se pelos dedos de uma mão (não necessariamente com 5 dedos) os livros que tinha lido. em pequeno, os meus pais insistiam que as minhas leituras obrigatórias, aos 7 anos de idade, deveriam ser as obras de Camilo Castelo Branco ou os "Deuses e Demónios da Medicina" (com jeito marcava logo ali o objectivo de entrar em Medicina). provavelmente reside aqui a causa de tamanho afastamento da literatura.
mas ao mesmo tempo, incrivelmente e ainda que sem ter lido nenhuma daquelas obras, escrever tornou-se um vício. não sei bem porquê e, sinceramente, não me parece que algum dia venha a conseguir a resposta a isto. adorava escrever. adorava comprar cadernos novos, com o Patinhas ou as Tartarugas Ninja na capa, e com dizeres típicos dos anos 80 ("Surf Up!", "Cool Style"), adorava riscar as folhas todas com rabiscos e meios rabiscos, fazer corações com dedicatórias que nunca chegavam ao destinatário e, eventualmente, sentava-me a escrever grandes estórias. lembro-me que na primária acabava os testes o mais rápido possível para poder escrever a maior composição possível, para tentar bater o meu recorde de folhas A4 extra que pedia à professora para completar as minhas estórias e de me sentir muito realizado com a cara incrédula que ela fazia, convencido que depois de as ler ela certamente deliraria com os meus devaneios. pelos vistos, para a idade, até devia ter um certo jeito para a "coisa"; as minhas professoras começaram a incentivar a minha escrita ao longo dos anos e passado tanto tempo ainda hoje quando me vêem perguntam se continuo a escrever e contam como guardam ainda alguns dos meus textos da altura.
quando comecei a escrever aqui, e ocorria situação semelhante à atrás descrita, sentia-me orgulhoso e de certa forma um privilegiado por estar tão à vontade com a escrita sem nunca ter feito nada por isso.
mas entretanto resolvi começar a ler. e a ler bons textos, diga-se de passagem. dos livros aos ensaios aos romances e às intervenções e análises, apaixonei-me e abri os olhos: eu de facto não escrevo uma merda. e escancaradas que estavam as portas da ignorância, li mais e mais e mais, em busca da "salvação", de resolver o meu tormento, mas quanto mais lia mais percebia o pouco jeito que tinha para a coisa. hoje quando as professoras da minha infância, com os seus perfumes antigos e óculos pesados, se dirigem a mim eu faço de conta que sou outro. que não sei quem são e que esta insegurança não é minha. mas isto era para ser um post sobre a insegurança. e acabou por não ser.